PUBLICIDADE

Varejo brasileiro se prepara para smartphones mais caros

Operadoras e varejistas apostam na compra de aparelho usado, subsídio e parcelamento para facilitar vendas na crise

Por Bruno Capelas
Atualização:
Lojas investem em espaços de 'alto padrão' para seduzir consumidores Foto:

Pagar R$ 5 mil em um smartphone pode parecer um exagero para muita gente. Em meio a uma crise econômica como a atual, em que poucos consumidores retomaram seu poder de compra, a situação parece mais dramática. Por conta disso, varejistas e operadoras têm se preparado para fazer com que o iPhone X e o Galaxy Note 8 ainda assim cheguem aos brasileiros.

PUBLICIDADE

Ainda recente, uma estratégia que tem se popularizado é a da recompra de aparelhos usados: o consumidor oferece seu smartphone atual como parte do pagamento por um celular novo. A maior parte dos varejistas e operadoras brasileiras vende, depois, os aparelhos à distribuidora Brightstar, que os recondiciona e revende.

“O cliente que troca de aparelho todo ano consegue bons descontos nessa modalidade”, explica Márcio Fabbris, vice-presidente de serviços para consumidor final da Vivo.

Dentro das operadoras, outra tática é a de subsidiar o preço do aparelho quando o cliente contrata um plano de dados – a aquisição do smartphone vincula o consumidor a um contrato de fidelidade com as operadoras, normalmente com duração de até 12 meses.

O tamanho do subsídio varia de acordo com o preço do plano – franquias mensais de 7 GB ou 10 GB podem render mais de R$ 1,5 mil em desconto em um novo aparelho, dependendo da operadora. Os planos, porém, têm custo alto. “É algo que o varejo não consegue fazer, porque precisa vender aparelhos, e nós oferecemos um pacote de serviços e comodidade ao cliente”, diz João Stricker, diretor de aparelhos da TIM. 

A adoção dessa prática, combinada à recompra e ao tradicional parcelamento em até 12 vezes sem juros, ajudou a TIM a aumentar, para 10%, a participação dos aparelhos premium nas vendas. “O parcelamento foi algo que, no passado, nos ajudou a popularizar uma marca como a Apple no Brasil”, diz Renato Noreika, gerente comercial de dispositivos móveis da Via Varejo, que controla marcas como Casas Bahia e Ponto Frio. Com o parcelamento, diz o executivo, consumidores da classe C tiveram acesso a smartphones premium – olhando não para o valor total, mas para “uma parcela que cabe no bolso”. 

Atendimento. Além de implementar estratégias para baratear o custo dos aparelhos, as lojas têm se preocupado com o atendimento. “O vendedor precisa entender qual é a diferença entre os aparelhos, até para justificar para o consumidor porque um custa mais do que o outro”, diz Roberto Guenzburger, diretor de produtos móveis da Oi, que abriu lojas com espaços de demonstração só para aparelhos premium.

Publicidade

Política semelhante foi adotada pela Via Varejo, que tem reformado lojas em regiões mais abastadas para recepcionar melhor o público. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.