Para quem viveu – e jogou games no Brasil – entre os anos 1980 e 2000, termos como emulador, Phantom System, Bomba Patch ou CS_Rio são tão naturais quanto falar em Mario e Sonic. É isso o que mostra o documentário Paralelos, lançado na última semana pelo site da Red Bull no Brasil – o projeto pode ser assistido de forma gratuita.
Dirigido por Hugo Haddad e Pedro Falcão, o documentário – dividido em três capítulos de sete minutos cada – mostra como a cultura da malandragem e do “jeitinho” moldaram a história dos videogames no País, bem antes de empresas como Sony e Microsoft se estabelecerem oficialmente por aqui. “Sem esses truques e saídas, o Brasil não teria uma cultura de games”, diz Falcão.
A série mostra desde a chegada dos fliperamas ao país, passando pela reconstrução dos arcades gringos na Zona Franca de Manaus, até a popularização de versões modificadas do PlayStation 1 e 2, que aceitavam mídias pirateadas.
Além de entrevistar os responsáveis pela fabricação dessas máquinas, os episódios mostram entusiastas dos games da época como Emicida. Ali, os jogos eram todos gringos, mas a temática era brasileira. A máquina de pinball Playboy, aqui, virou a Oba Oba.
Um dos destaques do documentário é um encontro entre os engenheiros Marcos Santos, da Gradiente (que fabricou o Phantom System, clone do videogame NES, da Nintendo) e Alexandre Pagano, da Tectoy – que ‘hackeou’ jogos estrangeiros para criar versões nacionais como Mônica no Castelo do Dragão. Participam do documentário também os desenvolvedores Amora Bettany, Pedro 'Santo' Medeiros e Israel Mendes.