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Game online coloca jogador no papel de fundador de startup

Gratuito, The Founder usa ironia para fazer sátira ao universo do Vale do Silício no estilo de jogos como SimCity

Por Bruno Capelas
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Vida de empreendedor iniciante não é fácil: o bolso pode ficar vazio, a casa e o escritório se confundem e as noites à base de café desafiam a saúde. Para quem não está inspirado em testar essa hipótese na vida real, mas quer sentir como é ser fundador de startup por um dia, uma boa saída é o game The Founder, lançado na última semana pelo americano Francis Tseng. 

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Gratuito, o game pode ser jogado nos navegadores Chrome e Firefox – basta acessar o site “thefounder.biz”. Inspirado em jogos de estratégia e simulação como SimCity e The Sims, The Founder tem gráficos simples, mas vale a pena pela sátira detalhada do Vale do Silício. 

Rotina. O jogo começa em 2001, logo após a explosão da bolha da internet. No início, o jogador trabalha na própria casa e tem de escolher um nome e um cofundador para sua empresa – o parceiro pode ter qualidades como “incansável” ou “idiota, mas com dinheiro”. 

Na sequência, é preciso partir de áreas básicas como “dispositivos” ou “tecnologia móvel” para criar produtos. É possível combinar ideias esquisitas, como “celebridades” e “logística”, e avançar em pesquisas como big data ou “vestíveis”. 

Para criar os produtos, porém, é necessário recrutar funcionários. Para economizar nos salários, a saída é apelar para o discurso corporativo em frases como “nosso produto vai mudar o mundo” ou “a cultura da empresa é algo valioso para nós”. Os empregados são representados por cones coloridos e devem ser agradados com vantagens como sofás, máquinas de café ou mesas de pingue-pongue para seguir trabalhando felizes. 

Prontos, os produtos vão para o mercado. Aí, o jogo vira um tabuleiro, à moda de War – a disputa, porém, não é por territórios, mas por fatias de mercado. Entre os rivais, há empresas inspiradas na vida real, como Kougle (Google), Carrot (Apple) ou Coralzon (Amazon). 

Também é preciso faturar rápido e agradar o conselho, lutar por aportes e cuidar de aspectos como relações públicas da startup. Expansão global é outra missão importante. Dica: uma sede na Irlanda pode diminuir os impostos pagos pela empresa. 

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O tom de sátira é proposital: em sua campanha de financiamento coletivo no Kickstarter, o jogo é descrito como “um simulador de negócios distópicos”, pronto para mostrar que, por trás das inovações, há ideais temerários. 

“Conforme você avança no jogo, é possível ter mais tecnologias, algumas bem futuristas”, disse Tseng à revista americana Fast Company. “Minha esperança é que o jogador perceba que esse não é o mundo no qual ele quer viver.”

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