Mercado milionário de eSports é alvo de apostas da indústria

Setor que pode render US$ 500 mi em 2016 tem liderança de coadjuvantes, mas recebeu atenção de EA, Bethesda e Microsoft

PUBLICIDADE

Por Bruno Capelas
Atualização:
  Foto: Divulgação

Partidas assistidas por milhões de pessoas ao vivo na internet. Premiações milionárias e contratos de patrocínio com grandes empresas como Coca-Cola, Nissan, Pepsi e Vodafone. Times com rotinas de treinamento intensivas. Esses são alguns dos principais elementos dos eSports (ou esportes eletrônicos), um mercado que pode movimentar US$ 500 milhões em 2016, segundo dados da consultoria Deloitte.  Atualmente dominado por “coadjuvantes” dos games, como a Riot (de League of Legends) e a Valve (de Counter-Strike e Dota 2), esse segmento dos games recebeu grandes apostas durante a E3, vinda de empresas como Bethesda, Microsoft e Electronics Arts.  Cada uma a seu jeito, as três apresentaram novidades relevantes para o setor em suas conferências nos primeiros dias da feira de games em Los Angeles.  Três são as principais fontes de renda do mercado de eSports: patrocínios, ampliação das vendas de seus jogos e contratos de direitos de transmissão das partidas – hoje feitas por empresas como YouTube e Twitch, comprada pela Amazon em 2014 por US$ 1 bilhão.  “É possível imaginar um futuro em que partidas de determinado jogo só sejam exibidas em uma plataforma, como já acontece hoje com os campeonatos de futebol”, diz André Pase, professor de Comunicação Digital da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Cabo de guerra. Dona de jogos de esportes como FIFA, de futebol, muito popular entre os fãs de partidas online, a EA divulgou a criação do EA Major, torneio que terá quatro grandes eventos anuais, com US$ 1 milhão de premiação total em cada modalidade – para efeito de comparação, trata-se da mesma quantia que recebeu a SK Telecom T1, time coreano que foi campeão mundial de League of Legends em 2015. Ao todo, o campeonato da Riot ofereceu US$ 2,13 milhões em prêmios no ano passado.  Além dos títulos esportivos, uma de suas marcas registradas, a EA também pretende incluir franquias populares – como o jogo de tiro Battlefield – no pacote. Tanto FIFA como Battlefield, em suas últimas versões lançadas, chegaram ao mercado por R$ 250 – muito longe dos R$ 30 cobrados pela Valve por Counter-Strike, e mais ainda dos gratuitos Dota 2 e League of legends.  Já a Bethesda mostrou Quake Champions: com foco na competição, o game renova a clássica série de tiro dos anos 1990, até hoje utilizada em campeonatos profissionais.  “A partir de agora, são duas experiências diferentes: as empresas grandes vão tentar convencer o jogador profissional que vale a pena pagar pelo game delas; já as pequenas terão de se esforçar para trazer funcionalidades relevantes e manter seus jogadores”, avalia Pase. “Vai ser um cabo de guerra interessante de se assistir.”

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.