'Pokémon Go' já gera polêmica entre jogadores no Brasil

Em duas horas, paulistano pegou dez pokémons, mas se preocupa com ‘massacre’ em São Paulo

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Por Matheus Mans
Atualização:
Guilherme Anjos joga Pokémon Go na Avenida Paulista Foto: Tiago Queiróz/Estadão

O designer gráfico Guilherme Anjos, de 23 anos, não aguentou a ansiedade. Mal começaram as notícias que o game Pokémon Go estava disponível no Brasil, ele baixou o jogo por uma loja de aplicativos não oficial e começou a jogar. Apenas duas horas depois de sair pelas ruas, ele já tinha mais de dez pokémons capturados – todos eles no bairro do Paraíso, na região central da cidade de São Paulo.

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“Tenho muitas expectativas”, afirma o designer. “Eu cresci com o universo de Pokémon. Sempre fui fã e sou um jogador assíduo dos games portáteis. Impossível não ficar animado com o game do Pokémon para smartphones.”

Anjos sabe que os primeiros dias com o aplicativo serão desafiadores, uma vez que ele terá de disputar com jogadores que já têm pokémons mais fortes. É o caso, por exemplo, das pessoas que viajaram para países no exterior e já jogaram o game. “Está acontecendo um massacre de pokémons mais fracos”, lamenta o jogador. “Muitos brasileiros já estavam jogando há mais tempo em outros países.”

Uma dessas pessoas é a estudante de psicologia Bruna Gonzales, de 21 anos. Ela estava assistindo a uma aula na faculdade quando a notícia da chegada do jogo se espalhou. Enquanto a maioria de seus amigos se desesperava para baixar o jogo, ela abriu o aplicativo e checou sua coleção de mais de 40 pokémons.

“Comecei a jogar no meio de julho, quando o game chegou à Europa”, comenta a estudante, que fez uma viagem pela Espanha. “Saí na frente.”

Para Bruna, não faz sentido que os iniciantes no game se sintam injustiçados por terem pokémons mais fracos em relação aos de jogadores mais experientes. “Eu consegui deixar meus pokémons mais fortes com mérito meu”, afirma a estudante de psicologia. “Não tem sentido dizer que as batalhas com os mais fracos são uma injustiça.”

Na viagem, Bruna teve de enfrentar desafios para capturar seus pokémons. Ela saía do hotel em que estava hospedada e tentava ficar no raio de alcance do sinal de Wi-Fi para poder capturar mais monstrinhos e subir de nível – ela não tinha conexão 4G no celular. “Eu me dediquei muito para expandir minha coleção de pokémons durante a viagem.”

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Agora, ela pretende treinar ainda mais seus pokémons e dedicar mais tempo ao game. “Quando eu estava viajando, não dava para usar tanto o jogo porque eu dependia do Wi-Fi. Agora, vou conseguir jogar tranquilamente.”

Enquanto Bruna e Guilherme duelam para saber quem se sai melhor, há quem pouco se importe com o lançamento. O estudante de direito Bruno Kosaiko, de 20 anos, baixou o jogo por ver tantas pessoas falarem dele. “Vi todo mundo no trabalho parando as coisas para capturar pokémons”, conta o jovem. “Acabei baixando. Mas não pretendo me tornar um mestre pokémon. Só vou capturar quando não tiver nada para fazer.”

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