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A internet no Facebook

Mudanças farão atividades cotidianas offline aparecer no perfil dos usuários

Por Filipe Serrano
Atualização:

A apresentação se alongava por mais de meia hora quando Mark Zuckerberg revelou o segundo grande anúncio da palestra de abertura da conferência de desenvolvedores F8. “Vamos conectar tudo que (o usuário) quiser, da forma que quiser.” Foi assim que o fundador da rede social definiu a novidade que vai permitir que os 800 milhões de usuários do site troquem experiências sociais em seus perfis do Facebook a partir dos aplicativos de sites de entretenimento.

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“Você não precisa mais ‘curtir’ um livro, mas ‘ler’ um livro. Não precisa ‘curtir’ um filme, mas ‘ver’ um filme, ‘fazer’ uma caminhada, ‘ouvir’ a uma música”. Segundo ele, é assim que experiências desse tipo vão aparecer nas atualizações dos seus amigos quando a novidade anunciada estiver disponível nas próximas semanas.

Clique para ampliar e entenda as mudanças na rede social:

 

Levar à rede social experiências que não são compartilhadas online com a mesma naturalidade que são realizadas na rede é o mais recente desafio do Facebook rumo ao objetivo de tornar toda a internet em um ambiente social. Ou, dependendo do ponto de vista, trazer tudo para dentro do Facebook.

Depois de fazer acordos com empresas como Netflix, Hulu, Spotify, Rdio, Nike, Wall Street Journal, Guardian e Washington Post, o Facebook vai permitir que esses parceiros criem aplicativos para que os usuários compartilhem o que estão fazendo nos sites dessas empresas e de uma forma mais natural, seja lendo uma notícia, assistindo a uma série de TV ou ouvindo música.

Qualquer atividade vai ser automaticamente compartilhada com os amigos no Facebook – desde que o usuário concorde e habilite a opção – e, assim, outras pessoas vão pode “se juntar” ao que o amigo está fazendo. Música foi um dos exemplos mais repetidos por Zuckerberg, que mostrou como uma pessoa vai conseguir ouvir a um canção que um amigo está ouvindo. “É incrível quantas músicas você descobre por meio de seus amigos. Você descobre muitas coisas assim”, disse. “Isso vai nos possibilitar a repensar (modelos para) indústrias inteiras.”

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Porém, a novidade não é para todos e esbarra em regras da própria indústria que Zuckerberg quer reinventar. Muitos dos parceiros do Facebook, como Spotify, Hulu e outros não estão acessíveis ao público brasileiro. Músicas ou filmes e séries que os sites oferecem estão restritos a usuários dos EUA e Europa.

O aplicativo social da Netflix também tem limitações, só que nos Estados Unidos por causa da legislação do país. O CEO da empresa, Reed Hastings, falou sobre a dificuldade durante o evento do Facebook e defendeu que o Congresso dos EUA aprove uma medida que pode liberar o aplicativo social do site de vídeos. Mas Reed antecipou com exclusividade ao Link há duas semanas, que o Netflix funcionaria via Facebook no Brasil antes de isso acontecer nos EUA. Mas a sucursal brasileira da rede social admite que a novidade deve seguir as restrições dos sites parceiros. Ainda não há nenhum acordo com empresas daqui.

Linha do tempo. O que deve ser mais aproveitado pelos usuários brasileiros é o novo visual do perfil – este, o primeiro grande anúncio de Zuckerberg no F8. A página inicial continua a existir com o feed de notícias, mas o perfil vai deixar de ser apenas um mural com as últimas atividades e vai se transformar em uma linha do tempo dividida em anos e meses. Quanto mais você rolar a página para baixo, mais vai voltar no tempo na vida da pessoa.

A mudança é opcional no inicío,depois vai valer para todos os usuários. Cada um pode incluir janelas personalizadas no perfil, exibindo aquilo que foi mais importante a cada ano ou fase da vida: eventos marcantes, viagens, lugares visitados, fotos com amigos da época, fotos antigas de família. Desde que o usuário tenha muita paciência, vai poder atualizar seu perfil não apenas com novidades – aquilo que está fazendo ou pensando na hora – mas com coisas do passado. “Se você quiser colocar uma foto de criança, pode clicar no ano em que foi tirada e postá-la”, Mark explicou.

Zuckerberg espera com isso aumentar o tempo que as pessoas passam na rede social. E repetiu diversas vezes que a linha do tempo vai ser “uma nova forma de expressar quem você é”.

Outra novidade é que os perfis vão ganhar uma foto de abertura, além da imagem da pessoa, que ocupa toda a largura do perfil, como se fosse o cabeçalho de um site ou blog. “Queremos que o perfil seja um lugar em que você se sinta em casa.”

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