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'A maior carta de reclamação do mundo'

Startup quer reunir todas as reclamações contra telefonia em uma carta e enviar para operadoras, Anatel e governo

Por Murilo Roncolato
Atualização:

Startup quer reunir todas as reclamações contra telefonia em uma carta e enviar para operadoras, Anatel e governo

 

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SÃO PAULO – Uma startup paulistana quer reunir em um só documento a maior quantidade possível de reclamações a operadoras de telefonia celular e enviar uma cópia para cada empresa responsável, para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e para o Ministério das Comunicações. O projeto “Alô, Quero falar!” foi criado nesta sexta-feira, 24, e conta atualmente com 242 reclamações – equivalente a cinco metros de carta.

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A meta simbólica é imprimir “a maior carta de reclamação do mundo”. Se depender da exatidão histórica dos números do Procon, que coloca o setor de telecomunicações sempre no topo dos seus rankings, esse objetivo pode ser alcançado. Até junho, o Procon-SP contabilizou 5,7 mil reclamações contra operadoras de telefonia, algo próximo a mil por mês.

 

“Elas tem uma base grande de clientes, é normal ter reclamações, mas tivemos a ideia de transformar todas em uma carta para ver o tamanho que isso tem”, conta Guilherme de Almeida Prado, CEO da Konkero, startup criada em março deste ano com foco em empreendedorismo social. “Pode ser legal para incentivar a urgência da melhora.”

A ação terá duração de um mês, se encerrando no dia 23 de setembro. Quem tiver o que dizer contra os serviços prestados pelas operadoras basta acessar o site do projeto, colocar seu nome, selecionar a operadora e contar sua dor de cabeça. Depois disso, as reclamações serão enviadas para as respectivas operadoras e um documento com todas juntas será enviado para o Ministério das Comunicações e para a Anatel.

Todo o papel usado na “maior carta de reclamação do mundo” será compensado com o plantio de algumas árvores. Segundo Prado, a cada 50 Kg de papel, conta-se uma árvore. “Vamos gastar menos de 100 Kg, equivalente a duas árvores, mas a ideia é plantar mais que isso, não se preocupem”, defende-se.

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Guilherme de Almeida Prado é mais um dos empreendedores que decidiu se dedicar a uma ideia baseada na web. O paulistano de 35 anos abandonou seu trabalho em uma empresa de promoção de eventos, criada por ele enquanto cursava Administração na Fundação Getúlio Vargas, e decidiu abrir a Konkero em busca de “fazer algo que pudesse ajudar mais as pessoas”, sem que para isso deixasse de lucrar.

A startup, que até agora se mantém com investimento vindo apenas do bolso de Prado (embora confesse estar já conversando com alguns fundos de investimento), deve estrear seu site oficial em setembro. O objetivo é “ajudar as pessoas a conquistarem seus objetivos aprendendo a lidar com os serviços disponíveis”. Prado e sua equipe de seis pessoas querem ensinar à população ascendente que está ganhando acesso a serviços como financiamento de imóveis, compra de carro, reserva de passagens aéreas, compra de produtos pela internet.

“Começamos orientando algumas pessoas fora da internet, gente do nosso convívio, e percebemos que quando é a primeira vez que a pessoa lida com o serviço ela tem autoestima baixa, fica insegura e não cobra pelos seus direitos, não compara taxas e aceita tudo”, conta Prado.

“Conhecemos um sujeito que, para comprar seu primeiro carro, ele foi em uma concessionária e no banco. Só. Ele não tem a noção que precisa comparar.”

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Até o Natal, a startup deve testar outro tipo de ação, chamada “Desafio dos R$ 500″. A Konkero selecionou 10 voluntários pelo Facebook para juntar R$ 500 até o Natal, analisando cada caso e aplicando dicas simples sobre como guardar dinheiro, ou sugerindo algum “bico” ou simplesmente mudando o comportamento – comprando menos cigarro, por exemplo. Por enquanto, o atendimento é personalizado, a ideia é tornar a coisa toda mais ampla e tornar o serviço automatizado.

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