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A quântica se aproxima

Toshiba desenvolve dispositivo que promete tornar os potentes computadores quânticos realidade

Por Agências
Atualização:

A computação quântica de altíssima velocidade, uma das metas científicas mais almejadas, pode estar um passo mais perto depois da invenção de um novo dispositivo capaz de produzir a chamada luz “emaranhada” sob comando.

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Cientistas do centro de pesquisa da Toshiba em Cambridge, Inglaterra, anunciaram na quarta-feira, 2, que o Entangled Light Emitting Diode (ELED), ou diodo emissor de luz emaranhada, abre caminho para a criação de chips semicondutores de altíssima potência.

Os computadores quânticos poderiam, em teoria, tentar múltiplas soluções para um problema ao mesmo tempo e resolver em segundos problemas que as mais velozes máquinas atuais demoram anos para decifrar.

Mas, na exploração dos estranhos poderes da física quântica (ramo que estuda o universo no nível dos átomos, fótons e outras partículas), é mais fácil falar do que fazer.

Agora, porém, Andrew Shields e seus colegas da Toshiba acreditam ter desenvolvido uma ferramenta essencial para a tarefa, na forma de um aparelho de fácil produção que pode ser conectado a uma bateria a fim de produzir luz emaranhada quando e como requerida.

“Trata-se de um grande passo porque significa que agora é possível começar a integrar diversos dispositivos em um único chip,” disse Shields.

Até agora, a equipe da Toshiba não chegou ao estágio de realizar cálculos, mas Shields acredita que circuitos básicos de computação quântica que empregam essa tecnologia podem estar disponíveis dentro de cinco anos.

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Os computadores quânticos baseados em processos ópticos precisam de grande número de fótons emaranhados, nos quais as partículas de luz estão vinculadas de forma que existam em dois estados possíveis simultaneamente – algo que Albert Einstein descreveu como “fantasmagórico.”

Até agora, produzir luz emaranhada só era possível com grandes aparelhos de laser. Mas o novo ELED da Toshiba utiliza tecnologia padronizada de semicondutores e é feito de arseneto de gálio, um material comum nos produtos eletrônicos ópticos.

Primeiro computador quântico, produzido em 2007 pela D-Wave (divulgação)

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