A reabilitação do Adobe Flash

Anúncio da Google TV e do Android 2.2, ambos com o novo Flash, é marcado por críticas à Apple

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Quando Steve Jobs decidiu que aparelhos Apple, com iPhone e iPad, não rodariam Flash, muitos decretaram o fim do formato. Tudo levava a crer que a plataforma para rodar vídeos, jogos e outras coisas em movimento na web daria lugar definitivamente ao HTML5, bola da vez (entenda no quadro Personal Nerd, ao lado).

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Mas no Google I/O (inovação e abertura, na sigla em inglês), conferência de desenvolvedores do Google, que ocorreu na semana passada em São Francisco, nos EUA, o Flash ganhou novo fôlego.

No evento, ficou claro que a Apple é o inimigo em comum. E não só da Adobe e do Google. A foto abaixo dá a dimensão da brigada. Estão aí, da esquerda para a direita, os presidentes do Google (Eric Schmidt), da Adobe (Shantanu Narayen), da rede de varejo norte-americana Best Buy (Brian Dunn), da empresa de TV por satélite Dish Network (Charlie Ogden) e das fabricantes Logitech (Gerald Quindlen). Sony dos EUA (Howard Stringer) e Intel (Paul Otellini).

Google TV. Vic Gundotra, vice-presidente de engenharia do Google, provocou a empresa de Jobs diversas vezes na apresentação da Google TV, principal anúncio do evento. A estratégia foi dizer que o Google é uma empresa aberta; e a Apple, fechada.

Além da plataforma de TV, a outra estrela do I/O foi a nova versão do sistema operacional de celulares do Google, o Android 2.2, ou Froyo, apelido que vem de Frozen Yogurt.

Os dois rodam o Flash 10.1, versão mais moderna da plataforma. Para Jobs, o Flash é ultrapassado, deixa a internet lenta e consome muita bateria. Segundo a Adobe, a nova versão roda vídeos em alta resolução sem travar nem acabar com a pilha.

Gundotra usou a parceria com a Adobe para provocar o estilo de Jobs, que tem fama de ser difícil, reafirmando inúmeras vezes que o Google gosta de trabalhar em equipe.

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Corrida. Durante a apresentação do Android 2.2, que vem com o Flash 10.1, foi feita uma demonstração para comparar um Nexus One, o celular do Google que é fabricado pela taiwanesa HTC, e um iPad. Em diversos momentos, o tablet da Apple demorou mais para processar e executar gráficos do que o smartphone. Para o deleite da plateia, evidentemente formada pela torcida mais fiel possível do Google.

O Flash 10.1 também será o motor gráfico da Google TV, que rodará sobre o browser Chrome em aparelhos equipados com o sistema operacional Android.

Clique para ampliar  Foto: Estadão

*A repórter viajou a São Francisco a convite do Google

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