A união faz a compra

Serviços de compra coletiva vendem produtos com grandes descontos para um número mínimo de pessoas e criam nova forma de comprar pela internet

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Por Redação Link
Atualização:
Foto: Reuters 

Rebeca Vieira, relações públicas, achava que receber uma sessão de beleza em casa era coisa de madame até ver em uma rede social uma proposta atraente – 74% de desconto em serviço de corte, hidratação e escova, com horário marcado, no conforto do lar. Clicou, pagou e agendou. Outras 272 mulheres fizeram o mesmo e pagaram R$ 39 pelo pacote que normalmente custa R$150. Como conseguiram isso? Em um site de compra coletiva.

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Leia mais: como funciona a compra coletiva

Ela descobriu o Peixe Urbano via Facebook. O serviço surgiu no Brasil em março deste ano – e já tem cinco concorrentes em São Paulo. Os sites fazem ofertas que, para valerem, precisam superar um número mínimo de interessados.

Impulsionado pela combinação economia, curiosidade e praticidade, Erik Alvarez resgatou a vontade de fazer um curso de produção de cervejas. A oportunidade chegou via e-mail. A oferta, do site de compra coletiva WeGo, era economizar 50% em um curso de mestre cervejeiro no bar Pier 1327, em São Paulo. Erik avisou dois amigos, que toparam pagar R$40 por duas aulas que, normalmente, saem por cerca de R$80. O dono do Pier 1327, Jaime Pereira Filho, também saiu no lucro – no tempo em que a promoção ficou no ar, o número de interessados quadriplicou.

Mas o que Peixe Urbano, WeGo e similares ganham com isso? Além de uma comissão sobre a oferta, cultivam uma comunidade que passa a ideia adiante através de redes sociais. O Groupon, que atua em 18 países, inclusive no Brasil, tem mais de 5 milhões de inscritos e já promoveu uma economia de mais de US$ 293 milhões a seus adeptos. O LivingSocial tem 85 milhões de inscritos nos quatro países em que atua. Nos EUA, há mais de 65 sites do tipo. A vasta oferta levou à criação de agregadores destes serviços – o mais popular é o Yipit.

No Brasil, o serviço surgiu em março. Desde então, Renata Marvão, uma advogada do Rio de Janeiro, já comprou jantar, massagem, camiseta e 24 latinhas de um refrigerante em lançamento, de R$ 33,60 por R$ 5. “Eu e meu marido compramos a mesma promoção sem saber. Ficamos com 48 latinhas!” A oferta foi o recorde de desconto do Peixe Urbano até agora: com economia de R$ 28,60, conquistou 5.831 adeptos cariocas.

Julio Vasconcellos, sócio-fundador do Peixe, diz que a maior parte das vendas é para mulheres, apesar de o número de inscritos no site ser equilibrado. Depois de dez anos nos EUA, ele voltou para casa e decidiu apostar no modelo. “A internet está bombando no Brasil, eu queria fazer parte disso.”

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A oportunidade de crescimento a baixo custo inicial também empolgou João Olivério, engenheiro civil de 30 anos e sócio-fundador do WeGo. “Em um mês colocamos o site no ar. Dois amigos me falaram da ideia, eu me empolguei e fizemos a coisa acontecer”, conta. O Groupon começa a atuar por aqui com o Clube Urbano – por enquanto, só em São Paulo. “Nosso público-alvo é o mesmo daquele norte-americano: jovens entre 18 e 35 anos, com salário alto e educação superior”, explica Florian Otto, presidente do site no Brasil. O Click On, outro concorrente que chega com fôlego, já tem promoções em Belo Horizonte, Curitiba, Brasília e Fortaleza.

/DANIEL VIEIRA DE SOUZA, ESPECIAL PARA O ESTADO

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