Ada Lovelace; a encantadora de números

Hoje é o Ada Lovelace Day, dia em que se comemora o legado feminino na ciência e tecnologia

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Por Anna Carolina Papp
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SÃO PAULO – Muitos celebram a ascensão feminina nos campos da ciência, engenharia e tecnologia como uma conquista recente. Pode até ser verdade, mas vale lembrar que o primeiro programador de que se tem notícia, há quase dois séculos, foi uma mulher.

Nesta terça-feira, 16, comemora-se o “Dia de Ada Lovelace”, a inglesa conhecida como a primeira programadora do mundo. Ela criou algoritmos para a máquina analítica de Babbage, considerada um precursor dos computadores. Neste dia, organizações pelo mundo todo prestam homenagens não apenas à programadora, mas a outras “Adas” que seguiram seus passos – mulheres que se destacaram em áreas das ciências exatas, comumente dominadas por homens.

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Cientista-poeta. Ada Augusta Byron King nasceu em 1815, na Inglaterra. Por ser filha do poeta Lord Byron, sua mãe lhe aconselhara a ficar longe da poesia e estudar matemática, na tentativa de livrá-la da loucura de seu excêntrico pai. Ada tinha interesse pelas duas áreas e, em uma carta, perguntou à sua mãe se, já que ela não podia seguir a poesia, podia ao menos seguir a  “ciência poética”.

Por estar frequentemente doente e de cama, Ada foi educada em sua própria casa por grandes mentes de seu tempo, como William Frend, Mary Somerville, Augustus De Morgan e William King — com quem mais tarde se casaria, tornando-se a Condessa de Lovelace.

Em 1833, conheceu Charles Babbage e o projeto no qual trabalhava, a máquina de uso geral “Engenho Analítico”. Fascinada pela invenção, Ada passou a se corresponder com Babbage, fazendo anotações sobre seu trabalho. Ela desenvolveu uma maneira de calcular números de Bernoulli usando a máquina de Babbage. Assim, escreveu o que posteriormente seria considerado o primeiro algoritmo computacional.

Em suas anotações, a “encantadora de números”, como Babbage a chamava, predizia que uma máquina como aquela um dia produziria música, gráficos e imagens, além de ser utilizada tanto para atividades práticas do dia a dia como para a pesquisa científica.

“Nunca estou realmente satisfeita quanto a entender alguma coisa; porque, até onde eu entendo, a minha compreensão só pode ser uma fração infinitesimal de tudo o que eu quero compreender”, disse a inglesa, que faleceu com apenas 36 anos de idade.

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Legado. Em 1980, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos registrou, em sua homenagem, a linguagem de programação “Ada”.

Já o “Dia de Ada Lovelace” foi criado em 2009 por Suw Charman-Anderson. A tecnóloga, jornalista e escritora afirma que se cansou das contínuas desculpas das empresas de tecnologia a respeito da falta de palestrantes mulheres em conferências, e decidiu fazer algo a respeito.

Hoje, a organização sem fins lucrativos realiza anualmente eventos pelo mundo em homenagem à programadora, com palestras de mulheres que causaram impacto nas áreas de ciência, matemática e tecnologia. No site, é possível acompanhar histórias do “Dia de Ada Lovelace” pelo mundo.

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