Análise: o crescimento dos celulares em 2009

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Por Filipe Serrano
Atualização:

Por mais uma vez Brasil fechou o ano com um alto crescimento no número de habilitações de celulares. Os números apresentados ontem pela Anatel mostram que em 2009 tivemos um aumento de 15% na base de telefones, com 23 milhões de novos acessos, chegando aos 173,959 milhões de linhas em funcionamento.

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Analistas acreditam que 2010 não será diferente. A consultoria Teleco estima que nos próximos 12 meses teremos 26 milhões de novos celulares e estima que o Brasil finalmente atingirá o nível de mais de um celular por habitante. Alguns Estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal já atingiram essa marca.

Parece que estamos vendo um mercado quase saturado, mas a verdade é que ainda há muito espaço para crescer, principalmente nos Estados do Nordeste e do Norte, onde a teledensidade ainda está na casa das 70 linhas para cada 100 habitantes.

Mais importante ainda é o dado do PNAD, divulgado em dezembro, pelo IBGE. Segundo a pesquisa, feita com base na resposta das pessoas e não no número de linhas, apenas 53,8% (86 milhões) dos brasileiros têm telefone celular. Ou seja são as pessoas que já usufruem da telefonia móvel que estão contribuindo para o crescimento no número de linhas que a Anatel tem registrado. Brasileiros que, atrás das promoções das operadoras (que oferecem preços baratos para falar entre os números da mesma empresa) estão adquirindo uma segunda, terceira ou quarta linha de telefone celular, até mesmo de DDDs diferentes para não pagar interurbano.

Outro exemplo são os acessos à internet móvel. O Brasil fechou 2009 com mais de 4,5 milhões de modems 3G em operação. Eles são contabilizados pela Anatel no total de linhas de telefone celular do país, o que realmente são, pois cada modem 3G leva um chip com um número de celular. Mas na prática são usuários de internet, não de telefonia, que usam os equipamentos.

Algumas operadoras já demonstram um pouco de como será a guerra de preços neste cenário, com mais uma linha de celular para cada habitante. A Tim já começa a oferecer dar a opção ao consumidor de escolher se prefere ter desconto na mensalidade em vez de priorizar o desconto nos aparelhos, prática que sempre serviu para atrair novos clientes.

Agora, os clientes não descartam a linha telefônica da operadora anterior. Ficam com as duas. Prefere pagar menos na mensalidade e usar um celular que já tem para aproveitar melhor os descontos.

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A Oi já tinha uma estratégia parecida em 2009. Com a entrada da operadora em São Paulo, e adotando promoções agressivas, a empresa foi a segunda que mais cresceu em números absolutos, com 6,1 milhões de novas linhas. Ela ficou atrás apenas da Vivo (6,8 milhões) e à frente da Claro (5,7 milhões) e da Tim (4,7 milhões).

A partir de 2010, este tipo de promoção será mais frequente. Será um benefício para o consumidor brasileiro, grande parte assinante de planos pré-pagos que aperta as contas todo mês para poder falar no celular. Isto, infelizmente, não irá mudar.

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