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Jornalista, escritor e palestrante. Escreve às quintas

Opinião|Android vs iPhone, a guerra acirra

Às vésperas do iPhone 8, fica aparente uma especialização distinta entre iOS e Android

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Não é sempre que acontece. Mas, no último sábado, enquanto batia papo com conhecidos em seu perfil do Facebook, Vic Gundotra disparou: “Se você realmente se preocupa com boa fotografia, compre um iPhone. Se não for incômodo estar alguns anos para trás, vá de Android.” A briga entre as duas plataformas de ponta dos smartphones é antiga – e há torcedores cheios de razão em ambos os lados. Gundotra, porém, não é apenas um bom analista de tecnologia. Ele conhece os aparelhos e seus sistemas profundamente. O que faz do comentário surpreendente é outra coisa. Ele foivice-presidente do Google por sete anos. Seu nome, no Vale do Silício, ainda remete à empresa.

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Às vésperas do anúncio do iPhone 8, começa a ficar aparente uma especialização distinta entre celulares iOS e Android. Apple e Google apostaram em prioridades tecnológicas e investiram no desenvolvimento de ferramentas que apontam para aparelhos bem diferentes. De certa forma, são apostas naturais, baseadas em características das próprias empresas.

Os celulares Android são mais ‘inteligentes’. A natureza do Google é lidar com grandes bases de dados, analisar o comportamento de uma quantidade muito grande de pessoas e tirar conclusões. É o e-mail que chega com uma passagem aérea e o aparelho, automaticamente, já inclui na agenda. É a percepção pelo GPS de que o usuário está de carro num ponto e o aparelho já sugere onde há estacionamento perto. Androids antecipam informação na hora em que o dono precisa.

A Apple tem investido em machine learning, a tecnologia na qual esta compreensão dos desejos do usuário se baseia. Mas serviços em nuvem e processamento maciço de dados permanecem os calcanhares de Aquiles da empresa. Melhorou — mas outras fazem melhor. Porém, e isso é histórico, nenhuma companhia do Vale integra hardware e software como a Apple. E isto faz com que os saltos em fotografia e realidade aumentada comecem a chamar muito a atenção.

Seu truque é simples. O Google faz o Android mas quem constrói o celular são outras empresas: Samsung e Motorola juntas no topo, além de tantas mais. Se uma delas introduz uma grande inovação na câmera, ou no chip de processamento de imagem, o Android que é genérico não vai interferir para melhor ou pior. Com a Apple, é diferente. Engenheiros que trabalham juntos escolhem as lentes, trabalham nos chips e desenvolvem o sistema. Cada peça é pensada no conjunto para produzir o melhor resultado. E fotografia, em celular, depende menos das lentes e mais do software que interpreta os sinais captados para produzir uma imagem. A Apple consegue um resultado na sintonia fina entre todas as partes que um celular Android não conseguirá porque empresas distintas, localizadas em continentes diversos, fazem cada pedaço.

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A surpresa maior que está por vir com o iPhone 8 está também em imagem — na realidade aumentada. É como o game Pokémon Go. Um objeto virtual é colocado sobre uma imagem real.

No início do ano, a Apple apresentou uma plataforma chamada ARKit para que desenvolvedores possam criar apps com facilidade. Não é simples colocar um objeto na cena real que vemos pela câmera. Se damos um passo para trás, a coisa virtual tem de ficar um passo mais distante. Se caminhamos para a esquerda, o objeto tem de ir para a direita. Se alguém passa atrás ou na frente da peça virtual, temos de ver isto. Pois já há apps, por exemplo, que servirão como fita métrica virtual. Abra o programa, aponte para o móvel e meça sua altura. Preciso não importa a distância.

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