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App; em si; não vicia

Dependência, para especialista, está ligada ao conteúdo ou à atividade que ele acessa

Por Carla Peralva
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James Kendrick, americano, que escreve sobre tecnologia há mais de 20 anos e hoje colabora com o site ZDNet, confessa uma mania: baixar aplicativos para seu iPad. “São ao menos cinco por semana. Não importa se serão úteis, pagos ou se fazem a mesma coisa que outro já faz.”

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Os motivos? Ele diz serem dois. Um: há muito os apps deixaram de ser só um jeito de acessar serviços por um aparelho móvel. “Sinto que estou melhorando meu aparelho, ele ganha uma nova função”. Dois: o prático sistema de compras a preços acessíveis. “É um modelo de sucesso. Você paga tão pouco que não vai deixar de comprar o que quer”.

Mas baixar tantos aplicativos assim é uma compulsão? Kendick admite que sim. E é um problema? “Acredito que não.” Para ele, a sedução causada pelos apps não deve causar “problemas mais sérios”, pois não afeta sua vida. E essa é bem a medida.

Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do grupo de dependência de internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, diz que, de forma bem genérica, a regra para saber se o uso de serviços online está passando dos limites é se a vida virtual está competindo com (e atrapalhando) a real.

O vício em internet, apesar de ainda não ser considerado oficialmente um diagnóstico médico pela Organização Mundial de Saúde, já é tratado como um transtorno de controle de impulsos, a mesma categoria de problemas como o jogo patológico.

No caso de um transtorno confirmado, uma maior exposição ao estímulo viciante pode agravar o quadro. Segundo ele, os apps podem funcionar como uma “cola social”, que permitem que as pessoas se comuniquem virtualmente em tempo integral, proporcionando uma sensação de pertencimento de grupo.

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Kimberly Young, fundadora e responsável pelo Centro de Recuperação de Dependência de Internet na Pensilvânia (EUA), diz crer que apps por si só não causam dependência. “Eles servem a um propósito, ajudam em tarefas práticas.” Para ela, o problema está mais ligado ao conteúdo ou à atividade – um jogo, por exemplo – do que ao app em si.

—- Leia mais:Link no papel – 25/04/2011

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