A Apple se encontra em situação pouco usual conforme se aproxima da divulgação dos resultados trimestrais, em uma semana: na defensiva.
A reputação da empresa – suportada por produtos como iPod e iPad – vem sofrendo pressão vinda de diversos lados nas últimas semanas, depois de uma série de reportagens negativas, processos judiciais e queixas quanto a problemas de recepção no recém-lançado iPhone.
Ao mesmo tempo, as ações da empresa mostram sinais de fadiga após um salto recente que a fez superar a Microsoft e se tornar a empresa de tecnologia com maior valor de mercado no mundo.
A expectativa do mercado é de que os resultados trimestrais a serem anunciados em 20 de julho impressionem, considerando que as vendas dos produtos da empresa seguem aquecidas.
A marca Apple, contudo, vem sendo abalada por problemas com a nova versão do iPhone e pela crescente preocupação quanto ao sigilo e autoritarismo que a companhia mantém no relacionamento com criadores de software e empresas como Adobe Systems.
“Eles estão perdendo parte de seu brilho,” diz David Jones, presidente-executivo da Euro RSCG Worldwide.
Quanto aos problemas de recepção do iPhone, Jones diz que a Apple não agiu com rapidez para resolver a questão e não foi transparente quanto ao assunto.
“Enquanto continuarem a fabricar produtos brilhantes, creio que continuarão bem,” disse. “Mas (a Apple) vem se mostrando cada vez mais arrogante na maneira como conduz as questões.”
Na quarta-feira, a Apple surpreendeu o mercado ao convocar, para sexta-feira, uma entrevista coletiva para falar sobre o iPhone – uma atitude incomum para uma empresa que realiza raros eventos anuais de contato com a imprensa. Um porta-voz da companhia não informou se os executivos irão abordar a controvérsia quanto aos problemas de recepção.
/GABRIEL MADWAY E RODRIGO CAMPOS (REUTERS)