Arte digital em São Paulo

Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File) começa esta semana, com obras que vão das animações aos tablets

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Por Anna Carolina Papp
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Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File) começa esta semana, com obras que vão das animações aos tablets

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SÃO PAULO – Começa nesta segunda-feira, 17, a 13ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), maior encontro do País sobre arte digital. A programação, com entrada gratuita, trará animações, instalações interativas, aplicativos para tablets, games, performances, workshops, mesas-redondas e encontros com artistas internacionais.

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O evento ocupará quatro espaços do Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso (Av. Paulista, 1.313):Galeria de Arte, Teatro do Sesi-SP, Espaço Fiesp e o Espaço Mezanino, além do Museu da Imagem e do Som (MIS) e a Estação Trianon-Masp.

Reunindo diferentes mídias digitais, os trabalhos levarão os visitantes a produções criativas das linguagens visuais e sonoras. O festival está divido em áreas(clusters): File Instalações Interativas, File Games, File Maquinema, File Anima+, File Tablet, File Media Art, File Hipersônica e File Symposium e Workshop.

“É uma alinhamento de eventos. Não é apenas restrito a arte interativa, ou às artes plásticas. Tem cinema, música eletrônica, o Anima +, várias mídias diferentes”, diz Ricardo Barreto, um dos organizadores. “Queremos mostrar como os artistas estão trabalhando com as novas interfaces, na relação entre digitalidade e o mundo ‘real’”, diz.

Anima +. A ênfase da programação deste ano é o Anima +, festival de animação em sua segunda edição, que conta com uma série de gêneros, desde curtas e longas-metragens experimentais até filmes de grandes estúdios.

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Um dos destaques é o longa Um Gato em Paris, dos franceses Alain Gagnol e Jean LoupFelicioli, indicado ao Oscar 2012 a melhor longa-metragem de animação.”É um trabalho novo e de tremenda qualidade, que já foi mostrado no Japão e agora será exibido nas Américas pela primeira vez”, diz Barreto. A apresentação ocorrerá no Teatro do Sesi no sábado, às 17h.

De artistas brasileiros, a novidade é o Grafitti Digital, criado pela dupla VJ Suave. O projeto, elaborado em parceria com o Metrô de São Paulo, consiste em um grafitti que “anda” entre estações Trianon-Masp e Consolação, além da projeção de poesias e mensagens acompanhadas de música. “Há todo um roteiro e uma narrativa nessa trajetória. É um projeto inédito de arte pública, digital e grafitti”, diz Barreto. As projeções terão início nesta terça-feira, 17, das 19h às 22h.

Apps e interatividade. Haverá uma série de obras interativas, como a criada pelos brasileiros Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti. O trabalho “Túnel” consiste em escultura cinética composta por 93 pórticos que se desalinham em função da posição e do peso do corpo dos visitantes, que podem caminhar e interagir ao mesmo tempo com a instalação.

O evento contará ainda com uma seção de tablets e aplicativos. Serão expostos mais de 30 appsnas categorias e-book, games e entretenimento, em tablets com sistemas iOS e Android.

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“Jogos de tabletstêm um comportamento muito diferente de jogos para TV ou joystick, principalmente devido ao movimento que essa ferramenta possibilita, e as pessoas estão gostando cada vez mais disso”, diz Barreto. “Estamos tendo um boom na área de games nessas interfaces, que se movimentam com uma relação entre a gravidade real e a gravidade virtual”.

Convergência. Para Barreto, a arte digital está criando uma nova poética e uma nova estética, que vai muito além de mera experimentação. “É uma nova forma de fluição, de interação e imersão. As outras formas de arte continuarão existindo, mas as artes digitais estão inaugurando uma nova maneira de vemos arte. E não é apenas uma brincadeira, uma forma de entretenimento”, diz ele.

Ele enfatiza a importância da integração entre áreas para a essas novas criações:”A arte eletrônica é baseada na digitalidade, e a digitalidade é baseada em algoritmos e linguagem de computação. Além disso, as artes tradicionais passam a operar dessa maneira; há, então uma convergência das artes”, diz Barreto. “Enquanto a arte moderna, que já conhecemos, cria uma divergência entre os diferentes ramos artísticos, a cultura digital proporciona um interconectividade em rede entre eles, além de convergir públicos distintos”, diz.

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Para ele, o valor artístico dessas obras não é ofuscado pelo fato de terem sido produzidas com novas plataformas e técnicas elaboradas: “Muitos desses artistas vêm de laboratórios que estão desenvolvendo novas interfaces e novas maneiras de trabalhar com essas linguagens.Além disso, é preciso ter criatividade tanto na programação quanto na poética, pois há uma ligação entre elas”, diz. “Acreditoque cada vez mais esse tipo de arte vai dialogar com as artes mais tradicionais: como artes plásticas, arquitetura e, principalmente, a fotografia, já contaminada pelo digital. A convergência será cada vez maior”, completa.

Veja algumas das obras:

Paradoxal Sleep – Nicolas Reeves, David St-Onge e Ghislaine Doté (Canadá)

 Foto:

Starry Night – Petros Vrellis (Grécia)

 Foto:

Good Vs. Reasom – Haab Entertainment (Rússia)

 Foto:

File 2012 – 13º Festival Internacional de Linguagem Eletrônica

De 17 de julho a 19 de agosto Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso (Av. Paulista, 1.313) Entrada gratuitawww.filefestival.org

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