Órgão terá a regência do Exército e, após anos de testes, começa a atuar em junho, durante a Rio+20
SÃO PAULO – O Centro de Defesa Cibernética (CDCiber) do Brasil se prepara para sua primeira grande atividade desde que o órgão foi criado em 2010. Sob o comando do Exército, o CDCiber assumirá a responsabilidade pela coordenação de redes no País e espera usar toda a experiência adquirida nas ações de testes feita até agora na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
O Exército terá como aliados o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), a Polícia Federal e o Ministério de Relações Exteriores. O departamento ainda se encontra em obras, mas a previsão é de que os espaços, inclusive o do Centro de Consciência Situacional, responsável pelo acompanhamento do evento, estarão prontos até o início de junho.
O CDCiber tem suas instalações em Brasília e em uma cidade-satélite. Nas instalações, cem oficiais convivem com simuladores de guerra cibernética, laboratórios para análise de vírus e um centro de tratamento de incidentes.
O Instituto Militar de Engenharia (IME), no Rio, se encarregou de treinar oficiais, oferecendo cinco cursos de mestrado e doutorado na área de defesa cibernética para quem é graduado em ciências da computação ou engenharia de defesa.
“Temos cursos externos para militares das três forças e também no mercado universitário, para pós-graduações. No futuro, queremos contratar pessoas que conhecem a área para trabalhar aqui, ou que possam dar consultoria”, disse o general Antonino Santos Guerra, diretor do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército à BBC.
Desde que um vírus, conhecido como Stuxnet, atacou o sistema do programa nuclear do Irã, países se armam nesse novo front virtual de batalha, uma precaução em um contexto de suspeita sobre uma ciberguerra próxima. Centros como o CDCiber já existem nos EUA, China, Rússia e Israel.
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