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Campus Party: novos velhos problemas

Calor, filas, problemas de conexão e falta de água marcaram o primeiro dia do evento de tecnologia no Anhembi

Por Murilo Roncolato
Atualização:
 

Calor, filas, problemas de conexão e falta de água marcaram o primeiro dia do evento de tecnologia no Anhembi

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SÃO PAULO – As expectativas sobre o novo espaço da Campus Party foram grandes, ainda mais sabendo que todas as precauções foram tomadas para afastar problemas como as recorrentes quedas de energia do ano passado. Mas lugar novo, problemas novos. A estrutura grandiosa do Anhembi agradou, mas coisas básicas como ventilação e água se tornaram graves problemas.

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Para atender os 7 mil campuseiros, há apenas dois bebedouros não refrigerados dentro da área do camping (não há nenhum na Arena). A reclamação geral é a de que, principalmente em função do calor, os dois bebedouros não comportam o volume de pessoas, o que gerou filas enormes.

Como alternativa, os campuseiros apelaram para o restaurante, onde são cobrados R$ 5 por uma garrafa de 1,5 L, e os stands internos de alimento, que cobram R$ 4 por cada garrafa de 510 ml.

 

“Eles devem estar lucrando lá. Dois bebedouros para 7 mil pessoas nesse calor? Não dá”, reclamou Tiago Pereira, de São Paulo. Ele é mais um de outros tantos que desistiram de comprar comida dentro do evento e recorreram às pizzarias. A cena é comum: um passa correndo com caixas de pizzas seguido de um outro com uma caixa cheia de refrigerantes no ombro, também comprados de fora.

“Não vale a pena comprar comida aqui. Eu compro pela internet, escolho o que quiser e sai muito mais barato”, disse Pereira que comprou cinco pizzas por R$ 24 cada.

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Uma novidade neste ano são os tais stands internos de alimento (abertos até as 23h). A conveniência é compensada pelos preços mais elevados. Por ali, um X-Salada e um refrigerante saem por R$ 15, pão-de-queijo é R$ 4, assim como um cafezinho armazenado em garrafa térmica, e um misto-quente vale R$ 10. Apesar da proibição ao consumo de bebida alcoólica dentro da Arena, o item consta no cardápio com o preço de R$ 5. Alguns campuseiros garantiram terem visto latas de cerveja sendo vendidas; o estabelecimento, de responsabilidade da “São Paulo Hot Lanches”, nega.

Outra reclamação foi sobre banheiros e o aumento dos custos de inscrição e pacote de alimentação. Um grupo de 10 estudantes de Ciências da Computação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) pisaram pela primeira vez na Campus Party e se disseram um tanto decepcionados com a infraestrutura e com a falta de informação. “Ano passado tinha escova, roupão de brinde, tinha box para tomar banho; agora só colocaram uma folha de plástico como divisória no banheiro. Não tem privacidade”, contou o estudante Marcelo Novaes. Ele ainda reclama do preço do pacote de alimentação para quem não comprou antecipadamente. “Disseram que daria para comprar na hora, só não avisaram que o preço pularia de R$ 203 para R$ 350.”

 

Durante toda esta segunda-feira, 6, campuseiros e membros da organização relataram problemas com conexão. Além do costumeiro aumento gradual de banda larga no evento (a máxima, de 20 Gbps neste ano, chegaria só no fim do dia), stands como o do Barcamp (ao lado do Palco Principal) não tinha cabeamento disponível. As mesas sem internet foram sendo ativadas ao longo do dia.

É dada a largada. “É a maior velocidade de internet já colocada em um evento”, comemorou o presidente da Vivo Telefônica, Antônio Carlos Valente. “É a melhor Campus Party do mundo”, elogiou o espanhol Paco Ragageles, criador da Campus Party. A cerimônia que oficializou o início das atividades no evento começou às 23h30 desta segunda-feira. Paco Ragageles e o diretor da Campus Party no Brasil, Mario Teza, dividiram o palco para dar as boas-vindas a todos os ali presentes.

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Teza mal pegou o microfone e já se vangloriou das medidas que garantiram um tempo menor de filas neste ano. “Não falei que ia levar crachá na casa de vocês?” E, em seguida, reclamou do clima, mas não fez comentários sobre a falta de água. “Precisava fazer tanto calor? Mas a gente vai sobreviver”, brincou.

Compareceram no palco representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, dos Ministérios das Comunicações, Cultura; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (aplaudido após defender maiores incentivos à indústria de games, consoles e aplicativos abertos brasileiros). Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura e Polícia Militar. Não houve nenhum tipo de manifestação por parte do público.

Paco Ragageles tomou o microfone às 23h59 e fez a contagem regressiva para o início do evento que deverá abrir suas portas para o público em geral nesta terça-feira, às 9h (na área restrita à Zona Expo).

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