Presidente da Samsung renuncia ao cargo e gera vácuo de liderança

Em carta aos funcionários, Kwon Oh-hyun anuncia que deixará o comando da companhia, apesar de previsão de lucro recorde divulgada pela empresa

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Por Agências
Atualização:
Kwon Oh-Hyun, CEO da Samsung, que pediu renúncia do cargo em 13 de outubro Foto: SeongJoon Cho/Reuters

Kwon Oh-hyun, presidente executivo da Samsung anunciou nesta sexta-feira, 13, em carta aos funcionários, sua renúncia ao comando da empresa. O movimento surpreendeu o mercado, já que a companhia divulgou também, em sua previsão para os resultados do terceiro trimestre, um lucro recorde de US$ 12,8 bilhões, crescimento de 179% na comparação com o mesmo período do ano passado. "Felizmente estamos tendo recordes agora, mas isso é fruto de decisões e investimentos feitos no passado", afirmou Oh-Hyun. 

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Maior fabricante global de chips de memória, smartphones e TVs, a Samsung também deve bater seu recorde anual de receita, graças a alta na demanda por chips. A venda de semicondutores, estimada em US$ 7,2 bilhões, também puxou a alta no trimestre.

Segundo o comunicado oficial da empresa, Kwon Oh-hyun, funcionário desde 1985, deve permanecer como presidente do Conselho de Administração até o fim do seu mandato, em março de 2018. "Enquanto somos confrontados com uma crise sem precedentes, creio que chegou a hora de a companhia começar de novo, com novo espírito e nova liderança", disse o executivo. A crise a que se refere o executivo é a prisão de Jay Y. Lee, herdeiro da empresa, acusado de envolvimento em um escândalo que levou ao impeachment da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.

Jay Lee foi preso preventivamente em fevereiro, um mês antes da destituição da presidente, e condenado a cinco anos de prisão no fim de agosto.  Entre as acusações estavam crimes como corrupção, desfalque, ocultação de recursos no exterior e lavagem de dinheiro. O bilionário ainda deve apelar para a Suprema Corte.

Ao centro, o herdeiro da SamsungJay Y. Lee Foto: Choi Jae-koo/Yonhap/AP

Atualmente, a companhia é o principal conglomerado sul-coreano, com mais de 60 empresas afiliadas e ativos que ultrapassam US$ 320 bilhões. A empresa também é a maior fabricante global de smartphones, com mais de 20% de participação nas vendas, bem à frente de sua maior rival, a Apple. 

A soma do valor de mercado das empresas da Samsung com capital aberto representa hoje aproximadamente 30% do valor de mercado do índice da bolsa de valores sul-coreana Kospi. 

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