Pesquisa do CGI.br mostra que a tecnologia ainda fica em segundo plano nos colégios
SÃO PAULO – Os colégios brasileiros ainda estão longe de usarem computadores e a internet de forma orgânica para o aprendizado. Em geral, a tecnologia é vista como algo separado – e distante das outras disciplinas.
Apenas 21% dos professores utilizam tecnologia em suas aulas. E, entre os que usam, a maioria o faz apenas nas aulas específicas – as de computação. 65% do uso de computadores é concentrado nas aulas de informática. Só 4% dos colégios têm computadores na sala de aula.
Todas as 650 escolas analisadas têm pelo menos um computador. Mas, para metade dos professores e diretores ouvidos, o baixo número de computadores por aluno é a principal dificuldade no uso da tecnologia em atividades cotidianas. Ainda há outro problema: a velocidade da internet, em geral, é muito baixa. Mais da metade dos professores afirma que a lentidão na conexão atrapalha o aprendizado dos alunos.
Pudera. Um quarto das escolas tem internet com velocidade abaixo de 1 MB (se houver mais de um computador conectado à rede, a velocidade é ainda mais baixa). 32% têm velocidade entre 1MB e 2MB.
“Mesmo com investimentos para a introdução das tecnologias de informação e comunicação nas escolas, o uso efetivo do computador e internet em atividades com os alunos ainda permanece como um desafio a ser vencido”, diz o Comitê Gestor da Internet no Brasil, em comunicado.
Uma boa notícia: o número de professores que usam computadores em sala de aula cresceu. Ainda é baixo – 13% – mas é quase o dobro de 2010. O CGI acredita que isso se deva à popularização de notebooks entre os professores. 50% deles já levaram seus notebooks pessoais ao trabalho.
A pesquisa constatou, como previsto, uma diferença significativa entre o uso de tecnologia em escolas públicas e particulares. 21% das particulares têm computadores nas salas de aula (nas públicas, apenas 4% possuem o equipamento).