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Decreto autoriza migração rádios AM para FM

Medida deve atingir 1,7 mil emissoras; mudança será opcional e dependerá do espaço de canais usados pelas FM atuais

Por Bruno Capelas
Atualização:

Medida deve atingir 1,7 mil emissoras; mudança será opcional e dependerá do espaço de canais usados pelas FM atuais

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Eduardo Rodrigues e Rafael Moraes Mourad’O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA – Sem solução para mitigar os ruídos e interferências que há anos vêm acabando com a audiência das rádios AM, o governo atendeu aos pedidos do setor e autorizou a migração de mais de 1,7 mil emissoras para a frequência de FM em 2014. A mudança, que será opcional, dependerá da existência de espaço para a acomodação das estações entre os canais já utilizados pelas FM atuais. Nas grandes cidades, como São Paulo, a migração deve demorar mais para ocorrer.

 

Durante solenidade de assinatura do decreto que possibilitará a mudança, no Palácio do Planalto, o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, admitiu que o setor acreditou por muito tempo que a solução para os ruídos nas transmissões de rádio AM viria com a digitalização do sinal.

No entanto, os testes realizados nos últimos anos demonstraram que as interferências causadas por automóveis, eletrodomésticos e até mesmo lâmpadas persistiriam.

“Essa constatação levou a Abert a defender a migração para o FM. Essa é uma medida justa, que valoriza o pequeno radiodifusor, pois 79% das rádios AM têm até 5 kWde potência, a grande maioria em cidades de pequeno e médio porte”, completou.

Sintonia Enquanto as rádios AM perderam audiência devido à qualidade das transmissões, as rádios FM, que desde os anos 80 sempre tiveram maior aceitação, ganharam espaço. Mesmo sem o grande alcance das AM, as FM apresentam sinais mais limpos e também podem ser sintonizadas por dispositivos móveis mais recentes, como celulares e tablets.

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“Alguns rádios de veículos nem sintonizam mais a AM”, disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, durante a solenidade. Segundo ele, o decreto possibilita a extinção do serviço AM em caráter local, mas permitirá a continuidade do serviço com abrangências regional e nacional.

De acordo com Bernardo, haverá uma fase de transição na qual os radiodifusores poderão transmitir nas duas frequências, até que a população se adapte. “Acreditamos que essa será uma transição rápida.”

O ministro disse que poderá ser criada uma linha de financiamento no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que as rádios adquiram os equipamentos para a transmissão em FM.

A presidente Dilma Rousseff destacou que migração das rádios AM para FM dará condições para a sobrevivência das pequenas rádios. Dilma contou que cresceu escutando as transmissões de rádio.

“As rádios AM vão manter seus ouvintes e até ganhar mais audiência, propiciando maior poder de negociação com anunciantes. Além disso, com novos aplicativos, poderão transmitir para celulares e tablets via internet, chegando também às novas gerações que utilizam esses aparelhos”, completou.

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