Digitalizar Paraty

Debate na Virada Digital levantou problemas e possíveis soluções digitais para a cidade que recebeu o evento

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Por Murilo Roncolato
Atualização:

Debate na Virada Digital levantou problemas e possíveis soluções digitais para a cidade que recebeu o evento

A Virada Digital aconteceu em Paraty entre os dias 11 e 13 de maio. FOTO: Divulgação  Foto:

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PARATY – “É preciso digitalizar a tradição”. Essa foi uma das propostas levantadas durante um debate na Virada Digital para a cidade de Paraty, que recebeu o evento em sua primeira edição. O músico local Luís Perequê criticou a perda de espaço da cultura tradicional nos grandes eventos que lotam a agenda da cidade.

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“Queremos espaço para praticar a nossa cultura. Paraty se tornou uma cidade de evento e não de turismo cultural”, reclamou.

Na mesa “Paraty Digital – Paraty Século XXI” com Perequê, estavam o sociólogo Sergio Amadeu, Cláudio Abramo e Rodrigo Savazoni, idealizadores da Casa de Cultura Digital; o ex-secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, e Pablo Capilé, do Fora do Eixo.

“É preciso digitalizar a tradição, coisa que não é incongruente. É possível levar a cidade de Paraty para o ciberespaço, usando realidade aumentada, através da internet das coisas, arquivando relatos das histórias da cidade para o ciberespaço, não dá para perder essas coisas”, argumentou Amadeu. Para o sociólogo, em um cenário assim, turistas poderiam andar com seus smartphones pela cidade e obter informações por mapas, imagens ou podcasts gravados por moradores sobre a cidade e sua história.

Como exemplo positivo, foi apresentado o Mapa da Cultura de Fortaleza (abaixo), projeto colaborativo que mapeia os principais pontos de cultura da capital cearense.

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Uma das questões mais discutidas no encontro digital foi o fato de a cidade estar desprovida de acesso a internet banda larga – realidade que mudou agora que um dos patrocinadores puxou um cabeamento de fibra óptica de 100 Mbps do litoral para a cidade e deve deixar como legado para a cidade.

Patrícia Cornils é uma das ativistas que chegou com o Ônibus Hacker, um veículo itinerante que tem como missão “levar a cultura hacker para as cidades”. Durante a estadia, Cornils e os demais “passageiros” ministram oficinas que ensinam como criar sua própria rádio, uma “TV pirata” ou a escrever leis de origem popular.

“Na oficina, pedimos sugestões de demandas que poderiam virar lei e venceram uma sobre a universalização do saneamento básico e outra sobre acesso à internet para todos na cidade”, conta Cornils. “Vocês tem acesso?”, questionou durante a mesa sobre Paraty, “existe um site da Prefeitura? O governo local colocou as contas na internet já? A Lei de Acesso à Informação entra em vigor dia 16. Vocês tem que cobrar.”

Mais cedo, o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, ministrou uma palestra sobre a agenda digital para o País ressaltando pontos de ação já conhecidos como o acesso à internet em zonas rurais, o das Cidades Digitais e o programa de telecentros e incentivou as pessoas a cobrar mais ações do governo. “Batam na porta, mas façam com jeito”, brincou.

A Virada Digital reuniu na sua programação palestras sobre temais atuais que incluem tecnologias novas como TV Digital, impressora 3D, internet das coisas e realidade aumentada. Entre seus curadores estão a professora da UFRJ, Ivana Bentes; o cantor de rap, MV Bill; o sociólogo e ativista Sergio Amadeu; além do coordenador do núcleo de sustentabilidade da Copa de 2014, Cláudio Langone.

O evento, que termina neste domingo, 13, está sendo transmitido ao vivo aqui.

* O repórter viajou a convite da organização do Virada Digital

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