Downloads ilegais beneficiam sociedade e produção

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Por Rafael Cabral
Atualização:

O grande argumento daqueles que são contra o compartilhamento de arquivos por programas de p2p ou torrent costuma ser que ‘downloads ilegais prejudicam o trabalho criativo’. Não mais: um estudo da Harvard Business School, recém-publicado, mostra que a produção musical mais do que dobrou nos últimos sete anos – mesmo com a pirataria.

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Em 2000, foram lançados 35,5 mil discos. Em 2007, 79,6 mil – incluindo 25,1 mil álbuns digitais. A conclusão do estudo é aquela esperada por todos que acompanham música pela Internet: não é a criatividade que sofreu com a web, mas sim a indústria, que não soube se adaptar.

Os economistas Felix Oberholzer-Gee e Koleman Strumpf, que lideraram a pesquisa, queriam negar algumas máximas repetidas pelos defensores do copyright. E conseguiram:

1) A troca de arquivos pode, sim, prejudicar as vendas de um artista. Mas, na maioria das vezes, isso é compensado por outros fatores. Os ingressos de shows, por exemplo, subiram consideravelmente nos últimos anos.

2) Você pode ter quase qualquer artista em mp3 ou streaming, sim, mas isso não quer dizer que os fãs vão deixar de prestigiá-los. A demanda por apresentações ao vivo também cresceu.

3) Música baixada não é música perdida, economicamente. O download de músicas, por via legal ou ilegal, pode também alavancar as vendas – assim como remixes e mash-ups.

Resumindo: os downloads ilegais deixam a lei de copyright mais equilibrada. O maior acesso do público às músicas e “uma proteção mais fraca dos direitos autorais”, segundo o estudo, “beneficiaram a sociedade”.

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