EUA e Espanha lideram troca de pornografia infantil na internet

80% dos arquivos trocados pela internet são feitos por usuários dos EUA, da Espanha e do México, diz relatório

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Por Agências
Atualização:

A Espanha é o país onde mais se compartilha arquivos com conteúdo relacionado à pornografia infantil pela internet na Europa e o segundo no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, afirma estudo publicado nesta terça-feira, 8.

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Segundo o relatório “Situação da pornografia infantil na rede”, realizada pela Fundação Alia2 com dados de 2010, mais de 16 mil pessoas compartilharam arquivos com pornografia infantil na Espanha por redes de troca de arquivos “peer-to-peer” (P2P), registrando, junto com os Estados Unidos e o México, 80% do total de arquivos em todo o mundo entre janeiro e setembro de 2010.

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“A Espanha é um dos países com mais pessoas detidas neste âmbito”, disse Juan Salom, chefe da Unidade de Crimes Telemáticos da Guarda Civil, durante a apresentação do estudo nesta terça-feira, em Madri. “Ainda assim, há cada vez mais (delitos desse tipo)… especialmente nas redes sociais”, acrescentou, qualificando de “preocupantes” os números registrados na Espanha, com 645 arquivos diários detectados e 47.742 arquivos no total, sendo superada apenas pelos EUA, com 86.767 arquivos rastreados pelas autoridades.

Arturo Canalda, Defensor do Menor da Comunidade de Madri, que também participou do estudo, disse que a posição destacada da Espanha nessa classificação pode estar relacionada em parte aos altos índices de uso de internet banda larga no país, mas que é especialmente motivada por um problema de educação “de primeira magnitude”.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2009 a Espanha tinha 21 milhões de usuários de internet e 85,1% das crianças de entre 10 e 15 anos tinham acessado a web durante o período de tempo do levantamento, o que implica em um aumento considerável em relação ao índice de 24,9 por cento de 2004.

De acordo com números da Unicef, um terço dos adolescentes de entre 12 e 17 anos já forneceram em alguma ocasião seu e-mail ou telefone pela internet para alguém cuja identidade real não podiam confirmar. Além disso, 17% destes jovens manteve contato físico com uma dessas pessoas, segundo a entidade.

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Por esse motivo, os responsáveis pelo estudo ressaltaram a importância da educação como um fator importante para se combater crimes e incentivar o uso responsável das redes, algo em que pais, professores e a administração pública deveriam envolver-se de maneira conjunta.

/ REUTERS

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