Ex-Nokia lançam novo smartphone

Antigos funcionários da empresa finlandesa mostram aparelho com sistema operacional aberto que custará 399 euros

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Por Redação Link
Atualização:

Antigos funcionários da empresa finlandesa mostram aparelho com sistema operacional aberto e que custará 399 euros na Europa

Matt Huuhtanen ASSOCIATED PRESS 

Novidade. Smartphone Jolla será compatível com aplicativos do sistema Android – AP Photo/ Lehtikuva, Roni Rekomaa  Foto: Estadão

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HELSINQUE – Engenheiros que trabalharam para a Nokia pretendem abocanhar uma fatia do lucrativo e altamente competitivo mercado de smartphones com um novo aparelho baseado no antigo software da empresa que foi maior produtora de celulares do mundo.

A plataforma Sailfish do celular Jolla foi desenvolvida a partir do software operacional MeeGo, última reprodução de fonte aberta da Nokia, que foi abandonada em 2011, quando a multinacional finlandesa optou por adotar o sistema operacional Windows, da Microsoft.

O telefone, com uma tela de 4,5 polegadas, parece quase fazer parte da série Lumia da Nokia: tem uma câmera de 8 megapixels, suporta conexões de internet 4G e inclui o serviço de mapas Here, da Nokia, com cobertura em mais de 190 países.

Mas ao contrário dos aparelhos da Nokia, o Jolla é compatível com mais de 85 mil aplicativos fornecidos pelo Android, da Google, o popular e predominante sistema operacional que ajudou a Samsung a desbancar a antiga líder finlandesa e se tornar a maior fabricante de celulares do mundo.

Resistência. O celular também representa a resistência de ex-engenheiros da Nokia após a empresa anunciar a venda de sua divisão à Microsoft por 5,44 bilhões de euros em um negócio realizado no início de setembro.

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Marc Dillon, diretor da Jolla e um dos quatro fundadores da companhia, em 2011, passou 11 anos trabalhando para a Nokia depois de deixar os Estados Unidos. Ele diz que o sistema operacional aberto do novo smartphone oferece uma vantagem em relação aos concorrentes.

“Estamos oferecendo uma opção de classe mundial. Uma alternativa para os consumidores bastante ágil e poderosa”, disse ele durante uma entrevista em Helsinque, no edifício de escritórios anteriormente ocupado pelos funcionários da Nokia antes de a companhia dispensar milhares deles.

“No caso do nosso sistema operacional, temos uma imensa oportunidade porque hoje existe uma opção que está disponível para todas as fabricantes de celulares do mundo total e trata-se do Android”, ressaltou Dillon. Outros sistemas, como o iOS, da Apple, ou o WindowsPhone, da Microsoft, só podem ser usados em celulares manufaturados por essas companhias.

Em um teste com consumidores, o celular, cujo preço de tabela é A 399, não pareceu se destacar muito de outros smartphones. Sua câmera é padrão; o aparelho usa um cartão MicroSD; tem 16 gigabytes de memória interna, com um tempo de uso de bateria de 9 a 10 horas.

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No entanto, a novidade tem alguns detalhes agradáveis, incluindo diversas opções de swipe – acionadas pelo deslize dos dedos sobre a tela – e uma bateria muito útil, que pode ser substituída pelos usuários, diferente do que acontece com os demais modelos de smartphone.

Potencial. Neil Mawston, da Strategy Analytics, de Londres, afirmou que o aparelho Jolla não é “um assassino dos iPhone ou do Samsung Galaxy”, embora possa encontrar um nicho nessa implacável disputa global pelo mercado dos smartphones.

“A certa altura, as pessoas começarão a procurar uma alternativa ao Android e à Apple, portanto, poderá haver uma oportunidade para o modelo Jolla garantir uma fatia neste mercado extremamente cíclico”, disse ele. “Mas eu acho que terão de ser lançadas duas ou três versões nos próximos tempos, antes de sabermos realmente se o Jolla ou o Sailfish poderão desafiar Apple. Android ou Microsoft”.

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A companhia finlandesa de telecomunicações DNA, que começou a vender o celular Jolla ontem, quando centenas de pessoas fizeram fila na porta da empresa no centro da cidade, disse ter recebido “milhares de pré-encomendas” em 136 países, liderados pela Finlândia, Alemanha e Grã-Bretanha.

A Jolla, que agora tem mais de 100 funcionários na Finlândia e em Hong Kong, encontrou investidores em seu país de origem e também no exterior, inclusive a China Fortune Holdings Ltd., sediada em Hong Kong, mas Dillon não quis fornecer mais informações sobre o acordo.

/ TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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