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Facebook x Privacidade

Autoridades europeias realizaram teleconferência para discutir como trabalhar juntas a fim de prevenir agressões à privacidade

Por Agências
Atualização:

Ao longo dos seis últimos anos, as redes sociais vêm sendo o grande fenômeno da internet. Elas conectam mais de 1 bilhão de pessoas ansiosas por trocar vídeos, fotos ou votos de aniversário.

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Esses sites, liderados pelo Facebook, com mais de 400 milhões de usuários, dependem da disposição dos usuários de compartilhar grande volume de informações pessoais com redes cada vez maiores de “amigos,” sejam pessoas que de fato conhecem e encontram eventualmente, ou aquelas que conhecem apenas pela web.

A disposição dos membros de adicionar contatos deu aos sites poderoso alcance mundial, atraindo usuários dos sete aos 70 anos de idade, de skatistas a banqueiros de investimento, e com isso expondo um meio profundo e potencialmente lucrativo de receita de publicidade dirigida.

Mas, ao mesmo tempo, o fenômeno levou à concentração de grande volume de dados – endereços e números de telefone, algo que as pessoas gostam ou não – nos servidores de um pequeno número de empresas.

No caso do Facebook, o tsunami das redes sociais se espalhou em pouco mais de seis anos do alojamento do fundador Mark Zuckerberg, na Universidade Harvard a um elenco mundial de quase meio bilhão de pessoas –o suficiente para criar o terceiro país mais populoso do mundo.

Isso, por sua vez, despertou sérias preocupações quanto à privacidade, e governos da Europa, América do Norte e Ásia estão preocupados quanto ao potencial de roubo de dados, à exploração das identidades pessoais para fins de lucro e aos abusos online contra crianças.

As autoridades encarregadas de proteger dados, em diversos países, realizaram uma teleconferência esta semana para discutir de que maneira podem trabalhar juntas a fim de prevenir aquilo que veem como constante agressão a privacidade, e a União Europeia também está estudando que papel poderia desempenhar.

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Elas talvez não sejam capazes de forçar o recuo das redes sociais, mas as autoridades querem fazer o possível para limitar o papel intrusivo de alguns sites. O duelo entre a privacidade e a liberdade da internet é iminente.

“Não podemos esperar que os cidadãos confiem na Europa se não defendermos com seriedade seu direito à privacidade,” disse Viviane Reding, da comissão de Mídia e Sociedade da Informação da União Europeia, em discurso realizado em janeiro para expressar suas preocupações.

Privacidade, conheça a internet

O debate sobre privacidade na web existe desde o surgimento da internet, mas cresceu de forma exponencial com o boom das redes sociais e assim a preocupação com o perigo que esses sites podem oferecer se intensificou nos últimos meses.

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Casos como o do soldado israelense que anunciou detalhes de um ataque militar pelo Facebook, ou do estuprador condenado na Grã-Bretanha que se fazia passar por um adolescente no site, enchem de medo pais e os homens que fazem as leis de sues países.

Por sua vez, o Facebook colocou lenha na fogueira dessa discussão quando em dezembro de 2009 decidiu mudar de forma substancial os itens de privacidade do site, fazendo com os perfis sejam mais acessíveis para quem não tem conta no site, a não ser que o usuário do Facebook entre nas configurações da página e altere isso.

Zuckerberg explicou que a mudança dizendo que o comportamento social das pessoas mudou com a internet e que o conceito de privacidade hoje em dia já não é mais o mesmo que seis anos atrás.

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“As pessoas se sentem confortáveis não apenas em compartilhar mais informações, mas cada vez com mais pessoas de forma mais aberta”, disse Zuckerberg em uma conferência de tecnologia. “Essas normas sociais evoluíram e nós nos sentimos responsáveis por estar sempre inovando e atento as mudanças sociais para refleti-las no site”.

Talvez esse seja mesmo o caso – e a moda entre os jovens de trocar fotos nus (ou quase) pela internet ou por celular pode sugerir que os costumes estão mudando – mas os defensores da privacidade acreditam que esse buraco está ficando cada vez mais fundo.

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Thomas Norvedt, chefe de um órgão estatal do governo norueguês que cuida de questões digitais, crê que as mudanças do Facebook de seus quesitos de privacidade representam um forte ponto de mudança. “A questão da privacidade no Facebook está preocupando não só as pessoas, mas aos governos e a autoridades responsáveis por fazer a regulação”, disse Norvedt à Reuters. “Mesmo que isso não seja um problema é pelo menos um desafio e algo sobre o qual devemos fazer algo”.

Jennifer Stoddart, comissário canadense que cuida de questões relativas a privacidade, disse na terça-feira:  “Queremos passar uma mensagem muito forte que você não pode sair por ai usando informações pessoais das pessoas sem o consentimento delas”.

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