Funcionário padrão do Google é homem e branco

Pesquisa com funcionários da empresa revela falta de diversidade; apenas 2% são negros e 30% são mulheres

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Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

SÃO PAULO – Presença frequente nos rankings de melhor empresa para trabalhar e emprego dos sonhos para muitas pessoas, o Google divulgou pela primeira vez uma pequisa que traça um perfil dos seus quase 50 mil funcionários ao redor do mundo. O resultado revela que falta diversidade na companhia.

Segundo o levantamento, apenas 2% dos funcionários do Google são negros, 3% são hispânicos, e só 30% são mulheres. O funcionário padrão é homens (70%) e branco (61%). Nos cargos de liderança a disparidade entre homens e mulheres é ainda maior: 79% dos executivos são homens e 72% são brancos. Enquanto os dados sobre etnia refletem apenas os funcionários do Google nos Estados Unidos, a informação sobre gênero é global.

 

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“Nós sempre relutamos em publicar números sobre a diversidade da nossa força de trabalho. Nós percebemos que estávamos errados e que é hora de sermos transparentes sobre nossos problemas”, disse a empresa no seu blog. “De forma simples, o Google não está onde gostaria quando o assunto é diversidade, e é difícil abordar esses desafios quando você não está disposto a discuti-los abertamente e com fatos”, diz o comunicado.

A pesquisa divulgada pelo Google reforça os estereótipos de gênero das empresas de tecnologia do Vale do Silício, onde os homens dominam. Os dados foram divulgados após protestos nos quais a empresa foi acusada de não contratar pessoas suficientes que pertencem a minorias como os hispânicos e os afro-americanos.

O Google justifica dizendo que a pouca diversidade entre seus funcionários ocorre pela falta de candidatos qualificados.

“Há muitas razões pelas quais empresas de tecnologia como o Google se esforçam para recrutar e reter mulheres e minorias. Por exemplo, as mulheres são responsáveis por apenas 18% de todos os diplomas de ciência da computação nos Estados Unidos. Negros e hispânicos são menos de 10% dos formandos dasfaculdade nos Estados Unidos e recebem menos de 5% dos diplomas em áreas da ciências da computação”, diz o Google, afirmando ter investido US$ 40 milhões em organizações que trabalham para levar o ensino na área de tecnologia para mulheres.

Telle Whitney, CEO do Anita Borg Institute, que apoia mulheres na área de tecnologia nos Estados Unidos, diz que a falta de diversidade reflete o fracasso dos líderes do Vale do Silício em preparar mais mulheres para posições de liderança. “Isso desencoraja mulheres mais a jovens a entrar no ramo”, afirmou Whitney ao site Mother Jones.

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