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Gmail não tem privacidade; diz Google

Admissão está em documento apresentado durante ação judicial contra a empresa por grupos de defesa do consumidor

Por Redação Link
Atualização:

Admissão está em documento apresentado durante ação judicial contra a empresa por grupos de defesa do consumidor

Por Mariana Congodo Radar Tecnológico

SÃO PAULO – O Google admitiu, por meio de um documento apresentado por seus advogados em uma ação judicial nos Estados Unidos, que os usuários do Gmail não podem ter uma expectativa razoável de que a confidencialidade de seus e-mails seja respeitada, segundo o jornal britânico The Guardian.

 

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“O Google finalmente admitiu que não respeita a privacidade”, disse John Simpson, diretor do grupo de defesa dos direitos do consumidor Consumer Watchdog. Ele qualificou o documento como “uma admissão assombrosa” e afirmou que as pessoas deveriam tomar como verdade o que eles dizem. “Se você respeita a privacidade de seus correspondentes, não use o Gmail”.

O Google apresentou o documento junto com uma petição para que seja arquivado um processo movido contra a empresa por grupos de defesa do consumidor. Segundo os reclamantes, o Google “abre, lê e adquire ilegalmente o conteúdo das mensagens privadas de e-mail das pessoas”. “Sem o conhecimento de milhões de pessoas, diariamente e durante anos, o Google tem, sistemática e intencionalmente, atravessado a ‘linha assustadora’ para ler mensagens privadas que você não quer que ninguém conheça, e adquirir, coletar ou garimpar informações valiosas daquele correio”.

Para os advogados do Google, os reclamantes estão “fazendo uma tentativa de criminalizar práticas de negócio corriqueiras” e que “todos os usuários do e-mail devem, necessariamente, esperar que seus e-mails sejam submetidos a processamento automático”. Simpson, por sua vez, disse que “enviar um e-mail equivale a entregar uma carta à agência do Correio. Eu tenho a expectativa de que o Correio envie a carta ao endereço do destinatário que está escrito no envelope, e não que o Correio abra e leia a carta”.

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