Google anuncia projeto de drones para brigar com Amazon

Empresa cria Project Wing (Projeto Asa) para testar entregas de pacotes de forma expressa e competir por mercado com a Amazon

PUBLICIDADE

Por Redação Link
Atualização:
 

Michael LiedtkeAssociated Press

PUBLICIDADE

SÃO FRANCISCO – O laboratório de pesquisa secreto do Google está tentando construir uma frota de drones para contornar os engarrafamentos de tráfego terrestres para que encomendas possam ser entregues mais rapidamente às pessoas.

O programa ambicioso anunciado na quinta-feira provoca uma escalada da “corrida armamentista” tecnológica do Google com a rival Amazon.com, que também está testando veículos voadores não tripulados para transportar mercadorias adquiridas por clientes de sua loja online.

A Amazon está criando seus próprios desafios ao Google em vídeo, publicidade digital e computação móvel online numa batalha que também envolve a Apple.

O Google chama sua investida em drones de “Project Wing” (Projeto Asa). Apesar de a empresa considerar que ainda precisará de anos para sua frota de drones ser plenamente operacional, ela diz que voos de teste na Austrália entregaram um kit de primeiros socorros, barras de doces, comidas para cães, e água a dois fazendeiros depois de viajar uma distância de aproximadamente um quilômetro duas semanas atrás.

O vídeo do Google do voo de teste, embalado pela canção de 1969 “Spirit In The Sky”, pode ser visto aqui.

Além de aperfeiçoar sua tecnologia aérea, Google e Amazon ainda precisam ganhar aprovação de governos para voar drones comerciais em muitos países, incluindo os Estados Unidos. No mês passado, a Amazon pediu permissão à Administração Federal de Aviação (FAA na sigla em inglês) para ampliar seus testes com drones. A FAA atualmente permite que praticantes de hobbies e aeromodelistas voem drones, mas seu uso comercial é em geral proibido.

Publicidade

O Project Wing é o mais recente rebento do laboratório “X” do Google, que também vem trabalhando em carros que se locomovem sem motorista e outras inovações longínquas que o CEO da companhia, Larry Page, compara a “lançamentos de naves espaciais à Lua” que dão novos impulsos àtecnologia. Os outros artefatos do laboratório incluem os óculos conectados à internet conhecidos como Google Glass, o uso de balões para permitir acesso à internet em regiões remotas chamado Project Loon, e lentes de contato high-tech que monitoram níveis de glicose em diabéticos.

O Google diz que está empenhado em melhorar a sociedade com as pesquisas do laboratório X, mas os óculos têm enfrentado críticas de organizações de proteção à privacidade que temem a capacidade do produto de gravar vídeos e tirar fotos secretamente. Investidores também têm manifestado periodicamente sua frustração com a quantidade de dinheiro que o Google vem despejando no laboratório X sem qualquer garantia de que os produtos algum dia compensarão.

 

Uma equipe liderada pelo professor de astronáutica Nick Roy do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) já vem trabalhando no Project Wing há dois anos, segundo o Google. A empresa de Mountain View, Califórnia, não revelou qual foi o custo do projeto até agora. Os drones claramente poderiam ajudar o Google a expandir seu serviço existente que entrega produtos comprados online no dia em que eles foram encomendados. Até agora, o Google só está oferecendo o serviço de entrega no mesmo dia por automóveis em partes da Área da Baía de São Francisco, Los Angeles e Nova York.

“Veículos que voam sem tripulação poderiam abrir abordagens inteiramente novas para o transporte de produtos, incluindo opções que são mais baratas, mais rápidas, menos perdulárias e ambientalmente mais sensíveis do que é possível hoje”, disse o Google num folheto explicativo do Project Wing.

Mas o Google parece ver seus drones como algo mais do que um passo adiante na entrega de e-commerce, Os veículos aéreos também poderiam facilitar para pessoas compartilhares certos itens, como furadeiras elétricas, que eles podem só precisar periodicamente e carregar suprimentos de emergência para áreas atingidas por terremotos, furacões e outras catástrofes naturais, segundo o panfleto do Project Wing do Google.

/TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.