Hackers roubam clientes de bancos da Rússia e planejavam ataque a bancos europeus

Criminosos arrecadaram US$ 892 mil com sequestro de dados de bancos russos, a partir de malware para smartphones Android

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Por Agências
Atualização:
Criminosos usavam malware em smartphones Android para roubar clientes Foto: José Patrício/Estadão

Criminosos cibernéticos da Rússia usaram um malware implantado em celulares com sistema Android para roubar clientes de bancos do país e planejavam atacar bancos de empréstimos europeus até serem presos, disseram à Reuters investigadores e fontes a par do caso.

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A campanha dos criminosos arrecadou uma quantia relativamente pequena para os padrões de crimes digitais – o equivalente a US$ 892 mil –, mas eles também obtiveram um software invasivo mais sofisticado por uma taxa mensal modesta para visar correntistas de bancos da França e possivelmente de várias outras nações ocidentais.

A relação da Rússia com os crimes cibernéticos é alvo de um escrutínio intenso desde que autoridades de inteligência dos Estados Unidos alegaram que hackers russos tentaram ajudar o republicano Donald Trump a conquistar a Presidência dos EUA invadindo servidores do Partido Democrata.

O Kremlin vem negando repetidamente a alegação.

Os membros da gangue induziram os clientes de bancos russos a baixarem um malware por meio de aplicativos bancários falsos, além de programas de pornografia e comércio digital, de acordo com um relatório compilado pela empresa de segurança digital Group-IB, que investigou o ataque com o Ministério do Interior da Rússia.

Os criminosos – 16 suspeitos foram presos pelas autoridades de aplicação da lei russas em novembro do ano passado – infectaram mais de um milhão de smartphones na Rússia, comprometendo em média 3,5 mil aparelhos por dia, disse a Group-IB.

Os hackers visaram clientes do banco estatal de empréstimos Sberbank e também roubaram dinheiro de contas do Alfa Bank e da empresa de pagamentos online Qiwi, explorando as fraquezas dos serviços de mensagem de texto SMS das empresas, disseram duas fontes com conhecimento direto do caso.

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Embora só agissem na Rússia antes de serem presos, eles haviam desenvolvido planos para atacar grandes bancos europeus, como o banco de empréstimos francês Crédit Agricole, o BNP Paribas e a Société Générale, segundo o Group-IB.

Uma porta-voz do BNP Paribas disse que o banco não pode confirmar esta informação, mas acrescentou que "tem uma série significativa de medidas em uso visando combater os ataques digitais diariamente". O Crédit Agricole e a Société Générale não quiseram comentar.

A gangue, que foi chamada de Cron, devido ao malware que usou, não roubou recursos dos clientes dos três bancos franceses.

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