Hora do Código estreia no País para ensinar programação a 1 milhão

Movimento criado nos Estados Unidos e apoiado por Bill Gates e Mark Zuckerberg chega ao Brasil nesta semana com objetivo de apresentar a linguagem dos códigos para leigos e estimular pessoas a desenvolverem suas próprias criações na web

PUBLICIDADE

Por Redação Link
Atualização:
 

Rodrigo Capelo Especial para o Estado

PUBLICIDADE

Chega de jogar Flappy Bird, Candy Crush e Angry Birds. É hora de programar seu próprio game ou aplicativo para smartphone. Este é o mote do movimento global “Hora do Código”, desafio para estimular o ensino de programação que começa hoje e vai até domingo em todo o mundo – e que chega ao Brasil pela primeira vez, trazido pela Fundação Lemann.

A meta é reunir 100 milhões de pessoas em todo o planeta – 1 milhão no Brasil – em torno da programação para que elas aprendam a lidar com códigos por meio de atividades simples. Para isso, serão colocados no site do movimento desafios cuja realização pode durar de 20 minutos a 1 hora, acompanhados de tutoriais.

No ano passado, na primeira edição do evento nos EUA, pessoas tiveram de desenvolver um cartão de Natal. Coisa simples. O Code.org, organização sem fins lucrativos que recebeu cerca de US$ 10 milhões de nomes como Bill Gates e Mark Zuckerberg para colocar o evento para funcionar, deu uma hora para que os participantes finalizassem a tarefa. Muitos descobriram que foi possível terminá-la na metade do tempo.

Nas duas semanas de dezembro de 2013, 20 milhões de pessoas participaram, e mais de 600 milhões de linhas de códigos foram escritas por novatos em todo o mundo durante a Hora do Código. O objetivo para 2014, é quintuplicar o público.

“Vivemos no século da internet, na era digital, e nós queremos tirar as pessoas da posição passiva, de mera consumidora, para que ela mesma possa produzir um aplicativo, um gif animado, um filtro para fotos ou um game”, afirma Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann. “Da mesma maneira que o mundo foi descentralizado no consumo de conteúdo, foi também na produção. Todos podem produzir, remixar, criar coisas.”

 

Todos, inclusive crianças a partir de cinco anos de idade, que ainda mal sabem lidar com a língua portuguesa e com números para a matemática. O público infantil é um dos principais alvos da iniciativa, tanto que por meio de parceria com a Disney, as princesas Anna e Elsa (do desenho Frozen – Uma Aventura Congelante) vão ensinar os pequenos a programar este ano.

Publicidade

As crianças vão aprender a criar um floco de neve na tela do computador com um punhado de códigos. As meninas do filme vão dar instruções e, ao mesmo tempo, estimular lógica, matemática e criatividade.

Escola A ideia de pôr meninos e meninas para digitar códigos talvez soe distante para a maioria dos brasileiros (leia algumas histórias de sucesso abaixo), mas no Reino Unido a programação já faz parte do currículo escolar. Lá, crianças de cinco a 14 anos passam por três estágios em programação no colégio. Isso é positivo, dizem os entusiastas do assunto, porque, sigam ou não carreira na computação, elas ganham para toda a vida habilidades mentais treinadas pela programação, como facilidade para resolver problemas complexos.

Para estimular isso, a Fundação Lemann, em setembro deste ano, colocou no ar o Programaê! para aproximar o tema do dia a dia dos jovens brasileiros.

Em parceria com a Telefônica, colocou à disposição na internet gratuitamente ferramentas que ajudam leigos a programar, como o programa Scratch, com foco em crianças, e aulas da Codeacademy e Khan Academy. A Hora do Código é uma evolução deste projeto.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

No Brasil, a maioria das iniciativas para estimular programação ainda são de instituições particulares.Uma delas é a escola Super Geeks, em São Paulo, feita para quem tem de sete a 17 anos. A escola é uma das instituições que vai promover a “Hora do Código” e receber gratuitamente interessados em aprender a programar ao longo da semana em uma aula especial de uma hora e meia.

“Estamos abrindo a estrutura da escola para mostrar que programação não é só um e zero, não é Matrix”, diz Amanda Cantinelli, COO e professora da Super Geeks.

Já a startup Quaddro ensina programação para adultos. Passaram pelas suas aulas até agora 1,2 mil alunos de profissões diversas. “Temos um mercado muito aquecido de aplicativos para dispositivos móveis, mas não temos profissionais qualificados para cargos que pagam bem”, explica Gustavo Torrente, gerente de negócios da Quaddro. “Hoje um programador júnior ganha até R$ 4 mil por mês. É um salário legal”, diz.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.