Inteligência artificial vence humanos no pôquer pela primeira vez

Sistema Libratus, criado pela Carnegie Mellon University, conseguiu blefar e ter mãos melhores que a de seres humanos

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Por Agências
Atualização:
A vitória no pôquer, porém, é ainda mais significativa porque trata-se de um jogo 'imperfeito' 

Mais uma marca para a história da inteligência artificial: nesta terça-feira, 31, uma máquina venceu seres humanos no pôquer pela primeira vez. O acontecimento é significativo porque era um dos últimos jogos que a inteligência humana ainda não havia sido vencida por um computador. 

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Em uma série de partidas disputadas nos últimos 20 dias na Filadélfia, nos Estados Unidos, o sistema Libratus conseguiu limpar a mão de quatro campeões profissionais de pôquer, levando nada menos que o equivalente a US$ 1,7 milhão em fichas para casa. O sistema foi criado pela Carnegie Mellon University, dos Estados Unidos. 

Nos últimos vinte anos, máquinas têm vencido humanos em jogos como xadrez, damas e até mesmo o jogo chinês de tabuleiro Go. A vitória no pôquer, porém, é ainda mais significativa porque trata-se de um jogo "imperfeito", no qual atributos como sorte, blefe e falta de informação podem atrapalhar o algoritmo utilizado pela inteligência artificial. 

"A habilidade da inteligência artificial para ter uma estratégia razoável com informações imperfeitas superou a dos principais humanos", disse Tuomas Sandholm, professor de ciência da computação na Carnegie Mellon e responsável pelo sistema. "Um sistema desses pode ser usado em áreas como estratégia militar, tratamentos médicos e negociações entre empresas."

Mentiroso. Uma das principais "cartas na manga" que ajudaram o Libratus a vencer os humanos foi o blefe. "Um computador não pode vencer no pôquer se não é capaz de mentir", disse Frank Pfenning, chefe do departamento de ciência da computação da CMU. "Imagine que isso pode ajudar o computador a negociar um preço melhor para você em uma compra."

Dong Kim, de 28 anos, foi um dos jogadores que participaram do torneio contra o Libratus. "Dessa vez, parecia que não havia jeito de batê-lo", disse o jogador profissional, que já participou de outros testes contra computadores nas cartas. 

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