Isso não é jogo

FrontierVille reúne 20 milhões de pessoas apenas dois meses após seu lançamento

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Por Agências
Atualização:

Por Seth Schiesel, do The New York Times

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Nenhuma empresa de games foi mais bem sucedida nos últimos anos do que a Zynga. De Mafia Wars a FarmVille, ela definiu a última geração de jogos no Facebook. Entre os milhões de adeptos da rede social, é difícil achar alguém que nunca tenha ao menos visto em sua atualizações de status avisos de jogos da Zynga.

O último lançamento é o FrontierVille, que reuniu 20 milhões de adeptos em apenas dois meses. Como outros títulos da empresa, ele foi brilhantemente desenhado e meticulosamente executado para conduzir você numa esteira rolante virtual infinita.

FrontierVille e todos os outros títulos da Zynga não parecem jogos. Está claro que ali o objetivo é transformar o jogador em consumidor. Quando você conversa com designers de grandes jogos, eles dizem: “Fazemos o tipo de jogo que você gostaria de jogar”.

Não é o caso da Zynga. O FrontierVille está mais para: “Fazemos o tipo de jogo que achamos que vai atrair mais e converter em moeda corrente o maior número de pessoas com cartões de crédito que não se preocupam em esbanjar US$ 10 ou US$ 20 numa bugiganga cara e virtual”.

Foto: reprodução 

No jogo, você começa sozinho, na floresta, com algumas galinhas. A ideia é domar a natureza, abrindo clareiras na mata, plantando, criando animais, atraindo uma esposa, tendo filhos e formando uma colônia.

Como outros jogos da Zynga, o FrontierVille foi criado em torno de alguns conceitos básicos: fazer que os jogadores retornem ao jogo múltiplas vezes por dia, estimulando-os sempre a convidar mais amigos e oferecendo constantemente motivos para pagarem mais alguns dólares.

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Você pode jogar o FrontierVille gratuitamente e sem ter de atormentar seus amigos, mas seu avanço será lento e precário. Se deseja sentir que realmente chegou a algum ponto, terá de convidar mais amigos ou desembolsar mais dinheiro, ou ambos. Gastei US$ 20 em 170 ferraduras virtuais, que usei para desbloquear animais de fazenda, como bois e vacas, e por algumas árvores, como pessegueiros.

Pagando ou não, o FrontierVille foi criado para mantê-lo sempre às voltas com o jogo. Você gasta pontos de energia para alimentar os porcos, cortar árvores ou abater cobras. Uma vez gasta a energia, você pode esperar algumas horas para comer sua comida virtual ou despender comprar novo fôlego virtual com dinheiro real. Essa estrutura se ajusta ao modo como as pessoas usam o Facebook, checando de tempos em tempos o que seus amigos postam.

Todos os grandes jogos, como qualquer bom entretenimento, envolvem uma certa dose de manipulação. E talvez os títulos da Zynga, de tão explícitos e transparentes, possam ser até considerados menos manipuladores.

Google Games O Google investiu de US$ 100 a US$ 200 milhões na Zynga. Especula-se que sua intenção é criar uma plataforma própria de games. E o Facebook?

(Tradução de Terezinha Martinho)

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