Mario no gogó

Brasileiro integra equipe que criou interface em que o jogo é controlado na base do grito

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Por Redação
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Fotos: divulgação Foto: Estadão

Diante de um computador rodando Super Mario World, Zach Lieberman dá gritinhos coordenados. Ao seu redor, as pessoas abafam risos. Dá para achar que ele está tentando imitar o encanador italiano. Mas quando Lieberman grita agudo, Mario salta.

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Ele está testando uma tecnologia desenvolvida por sua equipe para a Techcrunch Disrupt Hackathon, competição que dá 24 horas para programadores desenvolverem projetos inéditos. O FutureMario – que permite controlar o encanador com a voz, a pupila, o piscar de olhos e movimentos da cabeça – ganhou o torneio.

Na equipe vencedora há um carioca de 25 anos. Lucas Werthein, formado em Relações Internacionais, faz mestrado no programa de telecomunicações interativas da Universidade de Nova York e desenvolve projetos na área de robótica, audiovisual e visão computacional. “Meu foco é desenvolver maneiras inovadoras de interação entre o homem e a imagem, tentar criar conexões quase mágicas com as máquinas.”

Para o FutureMario, a equipe usou a tecnologia Eye Writer, do artista Tony Quan, que ficou tetraplégico e queria continuar grafitando. Quan criou o sistema que, ligado a uma câmera, detecta movimentos pela reflexão da luz no olho. “É o mesmo princípio que deixa o olho vermelho em fotos”, diz Lucas.

Improviso

Interfaces como essas são os embriões para mudanças na maneira como controlamos as máquinas. “Tony Quan usa o eyeWriter para navegar pela internet. O piscar de olhos é um clique, por exemplo”, diz.

No entanto, Lucas não vê o mouse sendo substituído tão cedo. “Vai demorar para a gente ter, com uma solução interativa, a mesma precisão que temos com o mouse. Não vejo as grandes empresas desenvolvendo uma solução tão barata e eficiente quanto o mouse”, diz. “Mas é para onde todo mundo pensa que a interação homem e máquina vai, desde que assistiram a Minority Report.”

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Vidas extras: os outros projetos de Lucas Werthein

Batuque: Sensores ligados a objetos fazem que qualquer coisa vire instrumento. “Estou trabalhando em um colete com sensores que simulam percussão e controlam imagens projetadas.”, diz Lucas.

Android Golem: Robô com plataforma open source de robótica obtém todas suas funções e interface de controle de um celular (GPS, câmera, reconhecimento de voz), o que o torna barato.

Som e força: Hastes flexíveis, um sensor de movimento e um de infravermelho. Dobre a haste ou passe a mão sobre o sensor: eles captam valores e os transformam em notas musicais.

De cabeça: Imagine um jogo de pingue-pongue. A diferença é que você, na frente da câmera, usa seu avatar, capturado pela câmera, para interagir com a bolinha, também virtual.

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