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'Medal of Honor' banido de bases militares

Novo game permite jogar como um soldado do Talibã

Por Agências
Atualização:

Bases militares ao redor dos Estados Unidos decidiram banir a venda do novo game da série Medal of Honor, que permitirá jogar como um soldado do Talibã e atirar contra tropas norte-americanas no Afeganistão.

Jogadores estão zombando da decisão, dizendo que tecnologias avançadas se tornaram tão comuns no universo dos games que é possível jogar do lado do mal.

Medal of Honor, da Electronic Arts, começa a ser vendido nos Estados Unidos em 12 de outubro.

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Depois de protestos públicos, incluindo do secretário de Defesa britânico Liam Fox, oficiais militares dos Estados Unidos decidiram não vender o game em nenhuma das 300 lojas em bases militares.

Liam Fox disse no mês passado que estava “aborrecido e com raiva” com o game, que chamou de “um produto de mau gosto”. Fox sugeriu que os lojistas não vendessem o game para mostrar simpatia pelas tropas militares em missão no Afeganistão.

“Crianças perderam seus pais e esposas, seus maridos pelas mãos do Talibã”, disse Fox. “É chocante que alguém pense ser aceitável recriar ações do Talibã contra soldados britânicos”.

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O game também não será vendido em nenhuma loja da 49 Game Stop, presente em diversas bases militares. Soldados poderão comprá-lo, desde que seja em lojas fora das bases.

“Lamentamos a incoveniência para os donos das lojas autorizadas, mas estamos otimistas que eles vão entender como o cenário de vida ou morte desse produto é apresentado como entretenimento”, disse o Major General Bruce Gasella, que lidera o serviço de comércio do Exértico e da Força Aérea americana, coordeando mais de 180 lojas em bases militares.

Casella tomou a decisão na semana passada, que logo também foi seguida pela Marinha. Kathleen Martin, porta-voz da área de comércio da Marinha, disse que o jogo não será vendido em nenhuma das 104 lojas da Marinha “por respeito aos homens e mulheres que servem à Marinha e a suas famílias”.

Versões mais antigas da série Medal of Honor, que tem 11 anos, se passaram na Segunda Guerra Mundial, e era possível jogar como os aliados ou como os nazistas.

O novo game vai se passar no Afeganistão atual, onde cerca de 140 mil militares dos Estados Unidos e da Otan combatem o Talibã.

A história é contada a partir de um pequeno grupo de personagens, chamado de “Tier 1″, soldados de elite que recebem ordens diretamente do presidente e da Secretaria de Defesa.

“Operando diretamente sob a Autoridade Nacional de Comando, um grupo quase desconhecido de soldados cuidadosamente escolhidos são chamados quando a missão não pode falhar”, diz a descrição do game da Electronic Arts em seu site.

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O site, porém, não diz que a versão multiplayer permite jogar com o Talibã.

Um vídeo de promoção mostra entrevistas com membros da divisão de operações especiais do Exército que serviram como consultores para ajudar a tornar o game o mais real possível. Os rostos dos homens entrevistados são borrados e seus nomes não são mostrados.

“Fazendo parte do game, pelo menos coloco a minha opinião como os militares são representados”, diz um dos homens.

A Electronic Arts não respondeu os pedidos para comentar. A porta-voz Amanda Taggart foi citada pelo Sunday Times no mês passado dizendo que gamers estão acostumados a jogar com os dois lados.

“A maioria de nós tem jogado assim desde os 7 anos. Alguns são os policiais, outros os ladrões”, disse ela ao jornal.

(Associated Press)

Abaixo, o trailer do game.

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