O mercado de tablets continua a cair no Brasil. No primeiro trimestre de 2017, somente 770 mil dispositivos foram vendidos, o que corresponde a uma queda de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com números da consultoria IDC Brasil. Durante os meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, a receita do mercado também encolheu, totalizando um valor de R$ 370 milhões, 28% a menos que em 2016.
Analistas, no entanto, esperam uma estabilização do mercado nos próximos meses, principalmente porque o setor tem conseguido suprir a demanda constante dos nichos que ainda apostam em tablet, como o setor infantil. “Os pais, quando pensam em dar um aparelho para os filhos, têm receio de dar um smartphone logo de cara, já que nele é mais difícil limitar o acesso a aplicativos como WhatsApp, por exemplo, por isso o tablet ganha esse público”, diz Wellington La Falce, analista da IDC Brasil.
Já para o segundo semestre, por causa de datas como Natal e Dia das Crianças, é esperado um aumento nos números de vendas. Assim, a IDC projeta que em 2017 sejam comercializados um total de 3,7 milhões de aparelhos, 7% a menos que em 2016.
A queda na receita, de acordo com La Falce, se deu por causa da estratégia de preços adotada pelo segmento. “Os fabricantes escolheram abaixar o valor do tablet para diminuir uma baixa natural do setor no começo do ano, quando o produto não tem muito apelo para o consumidor”, explica o analista.
Encolhimento. O setor de tablets está se reduzindo desde seu boom em 2013. Quando o dispositivo chegou ao Brasil, ele trouxe inovação para um consumidor que só podia acessar a internet através de computadores. Os smartphones ainda não estavam consolidados e não havia marcas praticando preços tão acessíveis, assim, o tablet conquistou espaço.
Contudo, com a popularização do smartphone e com o aumento de tela desse aparelho, o tablet perdeu espaço. O último ano de crescimento do mercado de tablets foi em 2014, já em 2015 o mercado sofreu sua grande queda. “No começo de 2015, o mercado de tablet ainda tinha sua demanda, mas com a crise política e econômica, com a alta do dólar, o segmento que produzia tablets com preço muito baixo não pode operar da mesma forma”, afirma Le Falce.
Como os tablets de entrada no mercado não ofereciam uma experiência gratificante para o usuário, o setor não conseguiu manter o número de vendas com a alta de preços. Em 2015, no primeiro semestre, somente 1,7 milhão de tablets foram vendidos, numa queda de 20% em relação a 2014. Em 2016, a redução foi maior no período, com somente 836 mil (53% menos) unidades vendidas.