Meus pensamentos sobre o Flash""

Steve Jobs explica por que não quer usar a linguagem da Adobe

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Por Fernando Martines
Atualização:

Tudo começou quando o iPhone saiu das fábricas com um grande detalhe: ele não rodava vídeos e games em Flash. Mas a bomba estourou neste ano, quando, após o lançamento do iPad, Steve Jobs disse que não tinha a menor vontade de fazer com que os aparelhos da Apple sejam compatíveis com o Flash. As afirmações geraram polêmica e a Adobe rebateu dizendo que “desiste do iPhone” e recomendando Android pra todos. Agora, Steve Jobs escreve uma carta aberta ao público explicando os motivos (“todos relacionados à questões tecnológicas”) de ter excluído o Flash de seus aparelhos. São seis grandes pontos. Então vamos lá: por quê?

Primeiro, a questão do “aberto” “A Adobe reclama que nosso sistema é fechado, e que o Flash é aberto. Mas a verdade é o oposto disso”. “Os produtos da Adobe mesmo sendo enormemente populares, não são necessariamente abertos, já que são totalmente controlados e avalizados apenas pela própria Adobe. Por quase qualquer definição, o Flash é um sistema fechado. Nós temos forte crença que os softwares usadas na web devem ser abertos. Por isso a Apple optou em usar o HTML5, CSS e o JavaScript – todos sistemas abertos”. Segundo, acesso completo a internet “A Adobe continuamente diz que os aparelhos da Apple não conseguem a acessar a internet de forma completa, já que 75% dos vídeos na web estão em Flash. O que eles não dizem é que a maioria desses videos estão disponíveis em formatos mais modernos, compatíveis com aplicativos de iPhones, iPads e iPods. O YouTube, que sozinho possui cerca de 40% dos vídeos na web, pode ser visto por qualquer usuário Apple por meio de um aplicativo que já vem em todos os aparelhos”. “Outra reclamação da Adobe é que nossos aparelhos não rodam games em Flash. Isso é verdade. Felizmente, mais de 50 mil jogos estão disponíveis na App Store, muitos dele gratuitos”. Terceiro, segurança e performance “Nós sabemos que o Flash é a causa número um nos problemas em Macs” “Além disso, o Flash não tem uma boa performance em aparelhos móveis. Nós continuamente pedimos à Adobe que mostre o Flash tendo uma boa performance em aparelhos móveis, mas isso nunca aconteceu”. Quarto, a duração da bateria “A diferença de vídeos que rodam em HTML5 e vídeos antigos que rodam em Flash: no iPhone, por exemplo, podem ser vistas 10 horas seguidas de vídeos no primeiro caso; no segundo, menos de 5 horas”. Quinto, o fator Touch “O Flash foi designado para PCs, não para telas touchscreen operadas por dedos. Mesmo se iPad, iPod e iPhone rodassem Flash, isso não resolveria o problema que a maioria dos sites em Flash necessitariam ser reescritos para funcionarem em aparelhos com touchscreen”. Sexto, o mais importante “A Adobe também quer que os desenvolvedores adotem o Flash para criar aplicativos que rodem nos nossos aparelhos”. “Nós sabemos, por dura experiência própria que um terceiro elemento se impondo entre a plataforma e o desenvolvedor só faz com que sejam criados aplicativos  de baixa qualidade e que a evolução da plataforma seja emperrada” Conclusões “O Flash foi criado na era do PC – para PCs e mouse. O Flash é produto de sucesso para a Adobe e nós entendemos que ela quer fazer com que ele vá além dos PCs. Mas a era da mobilidade é sobre aparelhos que gastem pouca energia, telas touchscreen e serviços abertos de internet – áreas em que o Flash está muito atrás”.

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