Microsoft faz maior restruturação em 5 anos

Empresa unifica divisões para acelerar e melhorar o desenvolvimento de produtos para concorrer no mercado móvel

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Por Filipe Serrano
Atualização:

Empresa unifica divisões para acelerar e melhorar o desenvolvimento de produtos para concorrer no mercado móvel

EUA – A Microsoft anunciou nesta quinta-feira, 11, sua maior reestruturação interna em cinco anos com o objetivo de unificar o desenvolvimento de seus produtos, incluindo o Windows, para um quantidade cada vez mais ampla de formas de usar esses produtos, desde os aparelhos móveis à computação em nuvem.

 

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A empresa tenta reduzir a falta de coordenação e incentivar a inovação dentro de sua organização de 98 mil funcionários e uma receita anual de US$ 74 bilhões. A marca principal — o sistema operacional Windows, desenvolvido separadamente para computadores e celulares — agora será controlado por um só grupo, por exemplo.

As mudanças, muitas das quais já tinham sido noticiadas, realinham as operações da empresa para transformar a empresa em uma corporação de “aparelhos e serviços”, como quer o presidente executivo Steve Ballmer.

A Microsoft, que tem batalhado para competir em um mercado de aparelhos móveis e de serviços baseados na internet dominados pela Apple e pelo Google, lançou o tablet Surface em 2012. Mas o aparelho não tem conseguido espaço significativo contra o iPad ou os tablets Android feitos pela Samsung e outros fabricantes.

O lançamento do Windows 8 no ano passado também assustou os usuários de PC acostumados à interface já estabelecida há anos, o que fez a Microsoft voltar atrás e incluir o popular botão “Iniciar” em uma atualização do sistema feita às pressas. Todos os sistemas operacionais agora estão sob o comando de Terry Myerson, que antes liderava a divisão de Windows Phone e os esforços da empresa para entrar no mercado móvel.

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“Você não faz uma grande reorganização como essa a não ser que tenha sérios problemas”, disse o analista Colin Gillis, do BGC. “Pode ser uma grande distração. Os detalhes ainda têm de ser explicados. E a empresa ainda vai ter muitas conversas internas para esfriar as preocupações e isso vai ocorrer no momento que produtos importantes Microsoft estão sendo lançados, como o Xbox.”

Ballmer está tentando lançar produtos no mercado com mais rapidez e tornar a empresa mais eficiente, e quer atrair as pessoas para os produtos da Microsoft, como o Word e o Office, em uma variedade de aparelhos, além dos computadores.

“Estamos todos nos alinhando por trás de uma única estratégica em uma empresa só — não uma variedade de estratégias para cada divisão”, disse Ballmer em um comunicado aos funcionários publicado no site da Microsoft nesta quinta-feira.

Agora a empresa terá quatro unidades de desenvolvimento, incluindo a divisão de sistemas operacionais liderada por Myerson: a divisão de aplicações e serviços, que ficará sob comando de Qi Lu, antes responsável pelo braço de serviços online. Ele também vai supervisionar o pacote Office, um dos mais lucrativos produtos da Microsoft.

Kurt DelBene, ex-presidente do Office, vai se aposentar. A saída dele ocorre depois que o chefe da divisão de games, Don Mattrick, deixou a empresa para ser presidente executivo da Zynga, e do ex-chefe do Windows, Steven Sinofsky.

Satya Nadella, autoridade da empresa em infraestrutura de internet, assume a divisão de serviços baseados na web, como o Azure, que compete com o serviço AWS da Amazon.

E Julie Larson-Green vai supervisionar o grupo de desenvolvimento de aparelhos, responsável por criar produtos que envolvem hardware e software, desde os tablets Surface ao videogame Xbox.

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As unidades ficaram dedicadas à estratégia e pesquisa, e desenvolvimento de marketing e negócios, segundo Ballmer.

“De um ponto de vista de estratégia, parece que eles estão reunindo os grupos operacionais em um só”, disse o analista Richard Williams, da Cross Research. “Há uma certa lógica que faz sentido.”

A última reestruturação significativa da Microsoft havia sido feita em julho de 2008, quando Ballmer dividiu a divisão de plataformas e serviços em três unidades — Windows, serviços online e servidor e ferramentas.

/ REUTERS

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