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No novo Firefox; vídeos interagem com site

Por Rodrigo Martins
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O crescimento do Firefox está fazendo a Microsoft se mexer. Diretor executivo da Fundação Mozzilla, responsável pelo browser de código aberto, Mark Surman acredita que o Firefox já saiu dos guetos e, no boca a boca, ganha todos os públicos. “Se a sua mãe vê você usando, ela vai usar também”. Em entrevista ao Link durante o Fisl, ele fala do futuro da internet, uma das atribuições do seu cargo, e conta as novidades da próxima versão do navegador, que deve ser lançado no próximo mês e promete mudar a forma como interagimos com vídeos na web.

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Qual será o futuro da web? No longo termo, ainda há alguns desafios, como garantir que a internet seja aberta, mas acho será o futuro. E o futuro que prevejo será onde as pessoas poderão inovar mais, por exemplo, os vídeos se tornaram muito importantes na internet. E com o Firefox 3.5 agora temos vídeos nativos, com padrões abertos. O mais importante é que você tira o vídeo daquela janelinha e coloca como um elemento na página. Isso significa que todos os elementos do site interagem com o vídeo. É uma coisa que vai se desenvolver. Se eu sou um cineasta e quero que as pessoas interajam com meu filme, comentem meu filme, com a tecnologia fica mais fácil. Fizemos uma outra experiência na semana passada, programadores foram filmados. E o programa reconheceu quem eram esses programadores e linkou a conta de Twitter deles. Isso mostra o que o vídeo pode trazer para a criatividade da internet.

Essa inteligência tem a ver com o conceito de web 3.0? Sim, se você quiser dar um nome para isso. A internet é a internet, significa participação, compartilhamento. A questão é que aumentamos as possibilidades de criatividade na internet. Há mais inteligência, mas a web também deixa as pessoas serem mais inteligente e mais criativas. Acho que isso é o mais importante.

Além do vídeo, quais as novidades desta nova versão? Vídeo é o principal exemplo, mas não o único. Os controles individuais e de segurança, para preservar a identidade, também estão mais aperfeiçoados. Houve mudanças para aplicações. Ficou mais fácil ter aplicações no browser como editor de fotos. E todas as coisas que eram necessários usar Flash e Silverlight (como animações e aplicativos), agora podem ser feitos em um formato aberto. E a boa notícia é que outros navegadores como Opera e Chrome também estão caminhando para formatos abertos nessa área, o que deixará a Microsoft para trás.

O Internet Explorer, da Microsoft, está diminuindo sua participação. As pessoas comuns se preocupam com browser, elas querem buscar outra alternativa? À medida em que a web ganha o centro de informação e comunicação nas nossas vidas, as pessoas vão para a web cada vez mais. E o Firefox é a melhor forma de experimentar a internet. Tem a possibilidade de extensões, há a segurança, acho que as pessoas que se preocupam com isso vão para o browser. Não é todo mundo que usa hoje, mas acho que as pessoas, quando vêem sua mãe, seu irmão, sua empresa usarem Firefox, dizem: “Olha como a web fica melhor”. O boca a boca é o que leva ao crescimento.

Minha mãe, por exemplo, não se importa com navegadores. Mas você sim. Quando instala, sua mãe vê e passa a usar.

No pré-lançamento dessa nova versão do Firefox, chamaram o Internet Explorer de malária, como se ele fosse uma praga. Você concorda com isso? Não vou repetir isso. Acho que entre diferentes browser, a competição é o mais importante. Com nosso sucesso, a Microsoft foi obrigada a adotar alguns padrões abertos. Quanto mais sucesso fizermos, mais isso ocorrerá. O mais importante é que as pessoas tenham escolha.

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Há um perfil específico de pessoas que usam o Firefox hoje? Acho que todas. No começo era para early adopters, entusiastas do software livre. Hoje são todos.

O Google é um dos parceiros do Firefox. Só que agora tem o seu próprio browser, o Chrome. Essa relação não poderia acabar? A competição é pesada, mas boa. Nassa relação com o Google é específica à divisão de lucros com buscas. Essa relação é benéfica para ambas as partes. Não vejo que irá acabar.

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