Primeiro-ministro do país se desculpou pela operação que prendeu o fundador do Megaupload
SÃO PAULO – Na quarta-feira, 28, John Key, primeiro-ministro da Nova Zelândia, pediu desculpas formais a Kim Dotcom, fundador do Megaupload, por uma “inaceitável” espionagem realizada contra ele pelo Departamento Governamental de Comunicação de Segurança (GCSB) do país.
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O impasse consiste no fato de, segundo a legislação da Nova Zelândia, a organização não poder investigar a vida de cidadãos do país. Como Dotcom nascera na Alemanha, a agência estava com a falsa impressão de que o fundador do Megaupload ainda não era um cidadão neozelandês, mas estava enganada. Isso tornava a investigação ilegal.
“Peço desculpas ao Sr. Dotcom”, disse Key na tarde de ontem, segundo o site local de notícias TVNZ. “Peço desculpas a todos os neozelandeses porque todo neozelandês que se encaixa na categoria de ter residência permanente ou ser um cidadão da Nova Zelândia tem o direito de ser protegido contra a lei quando se trata do GCSB, e nós falhamos em prover proteção adequada a ele “, disse Key.
Dotcom foi preso em janeiro, após a polícia invadir sua mansão em uma megaoperação, a pedido do FBI. Antes da invasão, a polícia havia pedido informações sobre Dotcom e seus sócios no caso de uma ameaça aos agentes. O GCSB iniciou a investigação mesmo sem estar autorizado a fazê-lo, uma vez que a polícia a havia erroneamente informado de que Dotcom era um estrangeiro e, portanto, estava sob sua responsabilidade.
“É um erro básico. Eles falharam no obstáculo mais simples. Francamente, não é bom o suficiente”, disse o primeiro-ministro. ”É responsabilidade do GCSB agir dentro da lei, e é extremamente decepcionante que, neste caso, suas ações caíram fora da lei”, afirmou.
Key também solicitou que agentes do serviço de inteligência revissem os casos nos últimos três anos para verificar a possibilidades de outros episódios de interceptações ilegais como esse.
Kim Dotcom permanece em prisão domiciliar, aguardando a decisão judicial se será ou não extraditado para os Estados Unidos. Ele é acusado de liderar um grupo que faturou mais de US$ 175 milhões pela cópia e distribuição não autorizada de música, filmes e outras formas de conteúdo, violando direitos autorais. A expectativa é que o julgamento aconteça só em março de 2013.
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