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O Brasil pode ter a legislação de copyright mais progressista do mundo"; diz Lessig"

Por Rafael Cabral
Atualização:

Com a aprovação da reforma da lei de direitos autorais, proposta pelo Ministério da Cultura, e do Marco Civil que regula os direitos do internautas, o Brasil pode ser o país com a legislação mais progressista de internet no mundo. A opinião é de ninguém menos que Lawrence Lessig, criador da licença Creative Commons, e a maior autoridade em direitos autorais na era digital. Em entrevista na Campus Party, onde palestrará às 19 horas sobre o futuro das redes de compartilhamento, o professor de Harvard afirmou que o País está, aos poucos, tornando-se “líder em cultura digital”.

Lessig irá palestrar às 19 horas     Foto: Cristiano Sant’Anna/Flickr Campus Party

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Aproveitando o evento, o advogado lançará a versão 3.0 das licenças Creative Commons no Brasil, adaptadas em parceria com o Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da FGV. Além disso, tem uma conversa marcada com a candidata à presidência Dilma Roussef, que visita o Centro de Exposições Imigrantes nesta sexta-feira, para discutir modelos de flexibilização dos direitos de autor e transparência política na web. “Os documentos e dados do governo não devem estar nem em CC, mas em domínio público”, acredita.

Moderado, Lessig disse à imprensa que rejeita “extremistas dos dois lados, tantos os fanáticos pelo copyright quanto aqueles que querem que tudo vá para o domínio público”, e tachou o copyright de “crucial para algumas com criativas”. “Criamos o Creative Commons não para que ele fosse o modelo ideal para todos, mas sim para termos uma altenativa. Para alguns serve, para outros não. Cientistas e acadêmicos têm necessidades diferentes daquelas da Britney Spears, por exemplo”, brincou.

O advogado ainda explicou, ao Link, a sua nova linha de pesquisas acadêmicas, em que abandona a questão do desiquilíbrio do copyright para se focar nos sistemas de lobby e corrupção do congresso norte-americano. Com os livros ‘Cultura Livre’ e ‘Remix’, Lessig deixou claro o seu ponto: “Agora é hora de entender porque as coisas não mudam. Meu interesse é mapear como o dinheiro impede o progresso em diversas áreas, dos direitos autorais ao aquecimento global”.

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