O padrão dos padrões

Fórum discute adoção de formatos para tornar internet das coisas eficaz e viável no Brasil

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Por Carla Peralva
Atualização:

Fórum discute adoção de formatos para tornar internet das coisas eficaz e viável no Brasil

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SÃO PAULO – Imagine um sistema em que coisas (celulares, eletrodomésticos, livros e casas inteiras) monitoram o ambiente, identificam outros objetos, processam informações, interagem entre si, sempre online. É um sistema baseado no conceito de internet das coisas (IoT, em inglês).

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Tudo integrado e se comunicando. Mas, para isso, os objetos precisam se entender. Ou seja, é preciso que as tecnologias empregadas na construção dessas redes sigam alguns padrões.

Quais? Eis o problema. Existem mais de 200 padrões relacionados a tecnologias de internet das coisas. O Fórum de Competitividade de IoT, órgão criado em abril por pesquisadores e empresários para incentivar o desenvolvimento do tema no Brasil, coloca a questão como um dos grandes desafios para a criação de redes de objetos inteligentes em todo o mundo e, especialmente, aqui.

“Para o usuário, a questão mais importante é a interoperabilidade: a possibilidade de que um aparelho comprado em qualquer lugar do mundo possa acessar qualquer rede sem que ele se preocupe com isso”, diz Roberto Matsubayashi, diretor da GS1 Brasil, braço nacional da associação preocupada em estabelecer padrões técnicos para a indústria e o varejo no mundo.

Segundo José Roberto Amazonas, professor da USP e um dos coordenadores do Fórum, o assunto é delicado e muito recente. “Se você adota um padrão feito por tal empresa, ele pode se tornar um limitante tecnológico. Desenvolvedores, usuários e órgãos reguladores precisam participar da discussão”, diz.

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Não há um órgão que regule a padronização. A indústria e o mercado acabam se autorregulando e elegendo seus padrões. A entidade que mais concentra a determinação desses padrões hoje no Brasil é a GS1, que detém os direitos de propriedade de diversas tecn0logias e as disponibiliza sem cobrar royalties.

Assim, se alguém quiser criar um sistema de identificação de livros, por exemplo, com sensores de RFID (identificação por radiofrequência) e Arduino (plataforma de hardware livre), poderá usar as especificidades técnicas sem pagar por isso.

Gabriel Marão, CEO da Perception e também coordenador do Fórum, diz que um dos grupos de trabalho criados pelo Fórum empenha-se na mobilização de indústria e governo para a adoção de padrões que permitam o crescimento do setor. E um passo crucial para tornar o País competitivo mundialmente, explica ele, é a nossa participação em fóruns internacionais.

O Fórum surgiu da crença de que a internet das coisas é “o futuro da expansão da internet” e que “agora é o momento de o Brasil estimular seu uso”, podendo assumir um papel decisivo no desenvolvimento de objetos e ambientes inteligentes mundial.

—-Leia mais:• Link no Papel – 28/5/2012

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