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Obama acelerou projeto de vírus contra Irã

Ataques danificaram mil centrífugas em usinas nucleares do Irã e levantam interesse sobre o controle da praga

Por Redação Link
Atualização:

Ataques danificaram mil centrífugas em usinas nucleares iranianas, levando a questionamentos sobre se a praga haveria saído do controle

 

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SÃO PAULO – Desde o início de seu mandato, o presidente Barack Obama secretamente acelerou o uso de um código de computador capaz de atrasar o programa nuclear iraniano. A informação é do New York Times, cuja reportagem descreve com detalhes uma operação secreta norte-americana sob o codinome de “Jogos Olímpicos”.

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O vírus Stuxnet foi a primeira praga digital a ser considerada uma “ciberarma”. A operação teve início na era Bush, como uma alternativa para lidar com a ameaça nuclear iraniana. Após acusar o Iraque de possuir armas de destruição em massa, Bush não tinha credibilidade para começar uma guerra com o Irã, diz o NYT, que afirmava que o objetivo de seus testes nucleares era a apenas a produção de energia.

Quando Obama tornou-se presidente, decidiu acelerar as operações e, mesmo após o Stuxnet ter sido exposto em 2010, ordenou que o programa continuasse. Em uma reunião na Casa Branca no dia da revelação, Obama, o vice-presidente Joseph R. Biden Jr. e o diretor da Agência Central de Inteligência na época, Leon E. Panetta, questionaram se a mais ambiciosa tentativa dos Estados Unidos de retardar o progresso nuclear iraniano tinha sido fatalmente comprometida.

“Devemos fechar essa coisa?”, perguntou o presidente. Apesar de ter sido avisado de que os iranianos não estavam esclarecidos a respeito do vírus e das evidências de estragos, Obama decidiu que os ataques cibernéticos deveriam prosseguir. Nas semanas seguintes, a usina de Natanz foi atingida por uma versão mais recente do programa. Outros ataques se sucederam, com o último da série sendo algumas semanas depois de o Stuxnet ser detectado ao redor do mundo.  Foram danificadas cerca de mil das 5 mil centrífugas do Irã para enriquecer urânio.

Apenas recentemente o governo dos Estados Unidos  reconheceu publicamente que desenvolve ciberarmas, apesar de nunca ter admitido usá-las.  Questionados sobre o vírus de espionagem “Flame”, cujo alvo maior também fora o Irã, os oficiais negaram qualquer envolvimento na criação da praga digital, apesar de um ministro de Israel já ter defendido o uso do vírus contra o país dos testes nucleares. Depois do Irã, Israel é o segundo país com mais contaminações do “Flame“.

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