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Queremos mesmo usar celulares nos aviões?

Que ótimo. Começa a nova tendência: chamadas de celulares nos aviões.

Por Redação Link
Atualização:

Que ótimo. Começa a nova tendência: chamadas de celulares nos aviões.

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Tudo começa timidamente, é claro: oferecidas somente pela Virgin Atlantic, somente nos voos de Washington a Londres, somente para fregueses da T-Mobile e algumas outras operadoras europeias. E apenas seis chamadas simultâneas, uma limitação do sistema de satélite que torna tudo isto possível. (Outras nove rotas da Virgin receberão o serviço ainda este ano.)

Tenho apenas uma pergunta a fazer: será que alguém na Virgin está pensando a sério nesta oferta?

O que as pessoas costumam fazer nos voos transatlânticos noturnos? Isso mesmo: dormir.

O que vai acontecer quando a pessoa ao seu lado estiver matraqueando a respeito de algum negócio importante enquanto você estiver pensando em descansar para aquela apresentação importante em Londres?

Resposta: uma discussão, um refrigerante na cara, um desastre.

A Virgin diz que o serviço tem como objetivo atender a “situações excepcionais”. Será mesmo que eles vão deixar que os passageiros estabeleçam a definição de “excepcional”? Se os passageiros envolvidos se assemelharem minimamente a algumas das pessoas que já vi a bordo de aviões, esta ideia vai se mostrar ruim, muito ruim.

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Talvez me falte um pouco de imaginação. As empresas aéreas do Oriente Médio permitem chamadas de celular nos voos há anos e, aparentemente, os passageiros continuam a viajar para lá.

Mas Lufthansa, Qatar e Qantas fizeram experimentos com a mesma ideia – e todas a abandonaram depois de receberem uma enxurrada de reclamações dos passageiros.

Seja como for, por enquanto, se tiver de viajar para Londres num voo noturno, vou pensar muitas vezes antes de comprar uma passagem de uma companhia aérea que permita até seis pessoas tagarelando à vontade no escuro.

/Tradução de Augusto Calil

* Publicado originalmente em 21/5/2012.

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