Reconhecimento facial ajuda empresas

Companhias como Facebook e Walmart vão ajudar governo dos EUA a regular tecnologia para melhorar vendas e segurança

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Por Redação Link
Atualização:

Companhias como Facebook e Walmart vão ajudar governo dos EUA a regular tecnologia para melhorar vendas e segurança

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Identificação facial. Departamento de Comércio dos EUA quer elaborar regras para uso da ferramenta por empresas FOTO: Reuters

Chris Strohm do Bloomberg News

SÃO PAULO – Facebook, Walmart e outras companhias que pretendem adotar sistemas reconhecimento facial para fins de segurança ou propaganda personalizada ajudarão a redigir as novas regras sobre o uso de imagens e perfis online.

 

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos começará reuniões com órgãos de defesa da privacidade e representantes da indústria em fevereiro. A finalidade é elaborar um projeto de código de conduta para uso de produtos de reconhecimento facial. O projeto deve estar concluído em junho do próximo ano.

“Estamos muito céticos quanto a golpear forte a tecnologia ainda no seu estágio inicial”, disse Mallory Duncan, vice-presidente da National Retail Federation Inc. (NRF) em entrevista por telefone. “Não é uma boa ideia desenvolver códigos ou leis que congelem uma tecnologia antes de você poder determinar o que ela é capaz.”

Na Grã-Bretanha, a rede de varejo Tesco está instalando um sistema de reconhecimento facial em seus postos de gasolina para determinar a idade e gênero dos clientes, de modo a elaborar anúncios personalizados para eles nas telas dos caixas dos postos. As lojas podem comparar imagens de clientes a partir de câmeras de segurança com bancos de dados de fotos da polícia.

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A Apple e outras empresas estão tentando restaurar a confiança do consumidor, em meio à reação internacional negativa gerada pelas revelações da espionagem conduzida pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos.

A American Civil Liberties Union e outros grupos de defesa da privacidade dos cidadãos querem uma lei que impeça que sistemas de reconhecimento facial sejam usados para espionagem e rastreamento, e não critérios estabelecidos voluntariamente.

Associações comerciais americanas, como a federação dos lojistas, que representa o Walmart, são contrárias a leis que poderão travar um mercado emergente que, segundo estimativas, deve chegar a US$ 6,5 bilhões em 2018, de acordo com a MarketsandMarkets, empresa de pesquisa de Dallas.

A tecnologia de reconhecimento facial usa uma fórmula matemática para criar um modelo digital da face de uma pessoa. Ela está por trás de uma das atividades mais populares na internet – em que a próprio pessoa se identifica, e também outros, em fotos carregadas no Facebook ou dentro de aplicativos de administração de fotos, como o iPhoto da Apple (conhecido como “taguear”).

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Uma agência de tecnologia e publicidade em Nashville, Tennessee, a Redpepper, está testando um aplicativo em que os usuários aceitam dar acesso a seus perfis no Facebook e ter suas faces escaneadas por câmeras em lojas locais quando entram ou passam em frente. Depois, o aplicativo envia propaganda personalizada para o smartphone do usuário.

Segurança Por outro lado, os sistemas de reconhecimento facial são cada vez mais comuns para estabelecer a identidade de um indivíduo para o acesso seguro a um prédio ou a dispositivos. A Apple registrou no começo de dezembro uma patente de um sistema que usa a identificação facial para desbloquear um iPhone ou um computador.

Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, o código de conduta só tratará de usos comerciais, e não sobre a utilização da tecnologia pela polícia ou agências de espionagem.

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O Walmart não usa o sistema de reconhecimento facial em suas lojas, mas está examinando a tecnologia para fins de segurança, disse Brooke Buchanan, porta-voz da empresa. A companhia será representada pela NRF nas conversações.

Critérios voluntários estabelecidos por empresas com interesse comercial no uso do reconhecimento facial não garantem uma proteção adequada da privacidade das pessoas, como por exemplo, evitar o uso do sistema sem o conhecimento delas, disse Christopher Calabrese, advogado de Washington.

“Uma das mais sérias preocupações com relação ao reconhecimento facial é que ele permite que seja feita uma vigilância secreta à distância”, disse ele em entrevista. “Será o fim do anonimato em público.”

/ TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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