Rede social Ello recebe investimento de US$ 5;5 milhões

Startup se registrou nos EUA como 'Empresa de Benefício Público', tipo de companhia que promete pautar suas ações com o objetivo de ter um impacto positivo na sociedade

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Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

SÃO PAULO – A rede social Ello, que ganhou fama ao se posicionar como uma plataforma “anti-Facebook” e prometer que nunca vai adotar publicidade no site nem guardar os dados de seus usuários, recebeu um investimento de 5,5 milhões de dólares dos fundos Foundry Group, Bullet Time Ventures e FreshTracks Capital – este último, já havia feito um aporte na empresa em março.

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“O dinheiro vai permitir que tenhamos nosso próprio ritmo e que possamos construir (o produto) em vez de correr e tentar ganhar algum dinheiro”, disse ao site Mashable o diretor executivo e cofundador da rede social, Paul Budnitz.

A entrada de investidores na startup se tornou uma das principais dúvidas a serem levantadas contra a empresa desde que começou a fazer sucesso e atrair usuários no mundo inteiro. Muitos críticos disseram que o Ello cederia aos anúncios quando fossem pressionados a gerar lucro.

Em resposta a esses questionamentos, a companhia anunciou que se tornou o que chamam de “Empresa de Benefício Público”, um tipo de companhia nos EUA que promete direcionar suas ações com o objetivo de ter um impacto positivo na sociedade. Entre suas obrigações está divulgar um relatório anual sobre os benefícios prestados ao público. “Isso diz que a empresa existe para benefício do público. Nenhum investidor poderia jamais nos forçar a fazer algo contra isso”, disse Budnitz ao Mashable.

No seu registro como Empesa de Benefício Público, o Ello escreveu que não venderá dados da empresa a terceiros, não mostrará anúncios na plataforma e que, no caso de uma aquisição, a empresa vai requerer que a outra parte envolvida adote estes termos. Dessa forma, a startup dificilmente poderá ser obrigada a ir contra o seu manifesto, que estabelece todos os limites acima.

Conforme já anunciado anteriormente, os criadores do Ello vão adotar o modelo de negócio freemium, no qual o acesso ao site é gratuito, mas recursos extras poderão ser pagos, para não precisar recorrer a anúncios como forma de geração de receita.

A startup divulgou possuir, atualmente, 14 funcionários nos EUA e que 45 mil pessoas pedem, por hora, convites para o serviço.

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InvestidoresSeth Levine, um dos investidores do Ello, publicou um post no seu blog no qual comenta o ceticismo em torno da proposta do site e seus investidores. “Ou nós construímos um negócio que não depende de anúncios de terceiros e da venda de dados, ou não faremos negócio”, diz. “Nossa crença é a de que existem produtos e serviços que o Ello pode desenvolver e pelos quais usuários pagariam. Enquanto o preço pode ser baixo, como parte de um ecossistema muito maior com milhões de usuários, nós vamos conseguir prover um modelo econômico para a companhia que suporte o negócio e nosso investimento”.

Os investidores, também assinaram um termo (veja abaixo) sobre a missão da empresam garantindo apoiar a missão do Elloe afirmando que embora exista dúvidas sobre a missa da empresa, “2014 não é 2004 e o mundo mudou”. “O crescimento explosivo ao longo dos últimos meses prova que há um desejo de se conectar com amigos e ver coisas belas sem ser manipulado por um vendedor de anúncios, mensagens publicitária e algoritimos que nem sempre têm os melhores interesses”, diz o documento.

Veja abaixo a carta assinada pelos investidores (clique para ampliar):

 
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