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Samsung deve cortar 30% de seus modelos de smartphones

Empresa, conhecida pela variada oferta, quer seguir concorrência e enxugar portfólio

Por Agências
Atualização:
 

A fabricante coreana de smartphones Samsung deve cortar seu portfólio de modelos em 30% em 2015, segundo reportagem publicada ontem pelo Wall Street Journal. A estratégia segue de perto o que a concorrência já vem fazendo. A Apple, que disputa com a coreana nos modelos mais caros, só tem um produto, o iPhone. Já a Motorola, que virou uma rival relevante no setor de produtos de médio preço, também reduziu sua linha a três famílias: Moto E, Moto X e Moto G.

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A decisão de reduzir o tamanho da linha é esperada desde o fim de outubro, quando a Samsung anunciou um lucro trimestral equivalente a US$ 1,6 bilhão em seu negócio de telefones celulares. O resultado foi considerado fraco pelo mercado: embora o número final seja robusto, ele representa uma queda de 75% em relação ao resultado recorde da divisão no mesmo período do ano anterior. É também o pior lucro em três anos.

No Brasil, a Samsung vende cerca de 40 modelos, informou em outubro ao Estado o diretor de produtos da área de dispositivos móveis da fabricante no Brasil, Roberto Soboll. A ideia de ter uma linha tão variada, segundo ele, é oferecer desde smartphones de entrada até a linha Galaxy S, que é vendida por mais de R$ 2 mil.

Em 2014, a Samsung lançou, em todo o mundo, nada menos que 56 celulares diferentes, bem mais do que qualquer uma de suas principais concorrentes. A única empresa a chegar perto da Samsung em quantidade de novidades é a também coreana LG, que lançou 41 modelos novos este ano. Em comparação, a Apple limitou-se a apenas dois novos iPhones. A escolha de uma linha mais enxuta se faz necessária, na visão de especialistas, porque a Samsung vem perdendo espaço tanto no Brasil quanto em nível mundial. Dados da consultoria IDC mostram que a Samsung tem hoje 24,9% do mercado global, queda de mais de 7 pontos porcentuais em relação a 2013.

No Brasil, a companhia foi afetada especialmente pela ascensão da Motorola, cujo celular Moto G é hoje o mais vendido no País. A coreana, no entanto, permanece líder do mercado geral. No exterior, a empresa também enfrentou a ascensão de empresas como a LG e a Xiaomi em mercados asiáticos nos quais o fator preço é considerado importante.

Uma das razões para as empresas de celulares não precisarem mais ter tantas opções à disposição do consumidor é o fato de que o conceito de um bom celular estar mais bem definido na cabeça do consumidor. Tela grande (de 4 ou 5 polegadas), máquina fotográfica e rapidez no uso são as características mais buscadas, de acordo com especialistas no setor de dispositivos móveis.

 

Recentemente, a própria Samsung lançou no Brasil o modelo Gran Prime, de preço intermediário, que traz uma câmera destinada a atrair os mais jovens, que dão valor à qualidade dos “selfies” que o celular é capaz de tirar. Uma reportagem especial da revista Business Week sobre a Samsung publicada em 2013 mostra que a decisão da empresa de fabricar diversos tipos de smartphone foi tomada porque, há alguns anos, ainda não se sabia se a tendência de telas maiores iria “pegar” no mercado. É por isso que a Samsung desenvolveu produtos com visor a partir de 2,8 milímetros.

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Movimento. Uma reportagem publicada esta semana pelo The New York Times mostrou que a Samsung transferiu engenheiros de sua divisão de celulares – hoje seu carro-chefe – para a área de internet das coisas, que se concentra em aparelhos do dia a dia conectados à internet. A decisão mostraria a habilidade da coreana em tomar decisões rápidas mesmo no mais lucrativo de seus negócios.

Para a reportagem, isso mostra um contraste com a Sony, que não conseguiu fazer o negócio de celulares decolar após desfazer a parceria que detinha com a Ericsson no segmento, em 2001. “Diferentemente do que acontece em empresas japonesas, na Samsung os planos do presidente do conselho são executados rapidamente”, diz Atul Goyal, da consultoria Jefferies Group, em Cingapura. “Ser empresa familiar ajuda a companhia.” / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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