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Serviços ameaçam lucros das operadoras

Na MWC, empresas discutem serviços apps via conexão de dados que substituem funções da telefonia tradicional

Por Redação Link
Atualização:

Na MWC, empresas discutem serviços apps via conexão de dados que substituem funções da telefonia tradicional

Mariana Congo, do Radar Tecnológico

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SÃO PAULO – O lucro das operadoras de telecomunicações está caindo na medida em que os clientes usam cada vez menos serviços de voz e SMS e aumentam o uso da internet no celular, segundo a agência de notícias AFP.

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O assunto foi discutido pelas principais empresas do setor, reunidas nesta semana do Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, Espanha. O evento começou hoje e vai até quinta-feira, 28.

Aplicativos como o WhatsApp e o Skype (cada vez mais comuns) oferecem serviços de troca de mensagens de texto, voz e multimídia via a conexão de dados e substituem funções da telefonia tradicional.

“O problema hoje em dia atinge todo o mercado das operadoras”, disse um analista do setor de comunicações da consultoria norte-americana Accenture à agência. Segundo sua análise, cresce a pressão dos consumidores por mais infraestrutura e velocidade nas redes de internet móvel, inclusive, para melhorar o acesso a arquivos de vídeo. Mas, de acordo com a AFP, investir em redes de internet móvel é caro para as teles.

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Um dilema?

O Mobile World Congress é o maior evento de mobilidade do mundo. FOTO: Gustau Nacarino/REUTERS

Ao melhorar a qualidade da rede de dados para os clientes, as teles favorecem o uso de serviços como o WhatsApp, Skype e Viber, e assim perdem as receitas que ganhavam com SMS e ligações, disse um analista da consultoria Forrester ouvido pela AFP.

Segundo a AFP, as operadoras estão conscientes de que isso é um dilema e multiplicam suas iniciativas para tentar recuperar o valor da telefonia e do SMS, com inovações mais focadas no uso dos serviços e menos em tecnologia.

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Uma alternativa de modelo de negócio é cobrar pela quantidade de dados ou pela velocidade da conexão de internet móvel e fazer promoções em que o uso de voz e SMS é praticamente grátis. Esse modelo já vem sendo adotado pela Swisscom, na Suíça, e pela Verizon, nos Estados Unidos. Nas diferentes faixas de preços dos planos de dados, os usuários que optam por mais velocidade pagam mais, mas também têm mais bônus. Essa estratégia fez a operadora Verizon aumentar suas vendas em 4% desde junho de 2012.

Já outras grandes operadoras, como AT&T, China Mobile, Deutsche Telekom, Orange, Telecom Italia, Telefônica e Vodafone, estão desenvolvendo serviços próprios de comunicação via dados, para compartilhamento de mensagens, fotos, músicas e arquivos.

Caminho sem volta. O dilema vivido hoje pelas teles pode ter prazo para acabar. No primeiro dia do Mobile World Congress, a GSMA, associação mundial que reúne 800 operadoras de 220 países, divulgou um dado que mostra que a internet móvel vai superar as ligações para celular em 2018.

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Segundo a previsão, em cinco anos, a receita das teles via dados será de US$ 559 bilhões, enquanto o de serviço de voz, US$ 547 bilhões.

No ano passado, o Japão se tornou o primeiro país em que a receita obtida pelas operadoras com internet móvel superou o de serviços de voz. Isso tudo aliado ao crescimento do uso de smartphones e tablets.

A previsão da GSMA é que a inversão do perfil de receita das operadoras também aconteça neste ano na Argentina. Estados Unidos e Reino Unido atingiriam a marca em 2014.

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