Só 8% dos apps usados no Brasil são nacionais

Maior parte dos programas é desenvolvida fora do País; medida do governo obriga uso de apps nacionais

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Por Filipe Serrano
Atualização:

SÃO PAULO – Os aplicativos nacionais têm uma receptividade consideravelmente baixa entre os usuários no Brasil. Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 29, 8% do total do tempo gasto por brasileiros em programas para smartphones e tablets é feito em softwares criados por empresas nacionais.

 

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O estudo da consultoria Flurry, que faz métricas de uso de aplicativos móveis, mostra que a situação é diferente em outros países. Nos Estados Unidos, 59% do tempo é gasto em aplicativos criados no país. Na China, esse número salta para 64%. E no Reino Unido, 13%. Já no Brasil, 25% dos programas têm origem nos EUA, 8% no Reino Unido, 3% na China e, a maior parte, 59% em outros países.

Para os pesquisadores, o alto uso de aplicativos nacionais em países como a China ocorre por razões culturais, já que a maior parte dos programas precisa ser adaptado ao idioma.

Na segunda-feira, 26, uma portaria do Ministério das Comunicações estabeleceu que os fabricantes de smartphones deverão ter aplicativos pré-instalados desenvolvidos por empresas brasileiras para ter o benefício fiscal da chamada “Lei do Bem” (no.  11.196). A obrigação vale a partir de 10 de outubro, quando os fabricantes deverão colocar no mínimo cinco aplicativos nacionais. Em janeiro de 2014, a quantidade passa a ser de 15 aplicativos, e em julho, o número sobe para 30. No fim de 2014, os aparelhos da Lei do Bem deverão ter 50 aplicativos nacionais.

Segundo a portaria, o Ministério das Comunicações poderá indicar alguns programas obrigatórios para integrar o pacote de software.

O estudo da Flurry mostra também que tem havido uma maior internacionalização do desenvolvimento de aplicativos. Atualmente os EUA têm 36% dos aplicativos ativos usados no mundo. O número chegava a 45% em 2011. Apesar disso, o país ainda lidera quando o tempo de uso é considerado na pesquisa. Dessa forma, os programas norte-americanos detêm 70% do tempo de atividade no mundo.

A consultoria afirma que o crescimento do uso de smartphones em diversas partes do mundo têm contribuído para o desenvolvimento de um mercado global de aplicativos.

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