A Sony está calibrando a qualidade de som e exibindo letras de música no estilo de karaokê para atrair o Japão, sua fortaleza em tocadores de música digital, em meio a uma batalha com o grande rival dos Estados Unidos, o iPod.
Uma pesquisa interna do Sony, segundo ele, apontou que 32,4% dos adolescentes japoneses preferem ter um Walkman do que outros produtos porque o aparelho sincroniza as letras das músicas no tocador digital, como um karaokê.
A funcionalidade, restrita aos modelos japoneses, mostra as palavras no centro da pequena tela. Clicando em um botão, a voz do cantor é retirada para dar o efeito de karaokê.
“Cantar é uma fonte de poder, é divertido cantar seguindo a letra enquanto a música toca”, disse Nakamuta. “O Walkman está sempre tentando entregar uma nova experiência musical para os consumiores.”
Os modelos mais recentes do Walkman, alguns à venda nos EUA, também melhoraram o bloqueio de ruído para agradar fãs de música que ligam para a qualidade do som, disse Nakamuta aos repórteres em Tóquio.
O Walkman tem mostrado sinais de recuperação ultimamente — pelo menos no mercado japonês.
No Japão, o Walkman ainda é um nome reconhecido e uma marca com consumidores fiéis, e pode tirar vantagem disso contra o iPod. Mas céticos dizem que isso pode mudar quando os novos modelos do iPod chegarem ao mercado.
A Sony ultrapassou a Apple em agosto e se tornou o principal fabricante de tocadores digitais no Japão, dominando 47,8% dos aparelhos vendidos, comparado com 44% da Apple, de acordo com o instituto de pesquisas japonês BCN.
Em julho, como nos meses anteriores, a Apple liderava com 47,5%, contra 45,2% da Sony.
A boa posição do Walkman no Japão contrasta com seu destino sombrio nos Estados Unidos, onde a participação do mercado fica em 2%, enquanto a Apple reina com 77%, de acordo com o NPD Group, que estuda dados do mercado consumidor.
Mesmo no Japão, o Walkman é vendido por um preço menor que o do iPod — às vezes custando a metade do valor –, ocultando a posição da Sony.
O músico e programador Teruyuki Kawabata não se convence. “Eu tive um Walkman quando era criança, mas eu nunca sonharia em comprar um hoje”, disse ele, que está em seus 30 anos e tem um iPhone e um iPod. “Os produtos da Apple são legais e têm um design estilizado. Gostaria que a Sony aprendesse com a Apple”.
Ryosuke Katsura, analista de eletrônicos da Mizuho Securities, em Tóquio, acredita que o Japão é uma parte tão pequena das vendas de tocadores digitais que ser líder não é significativo.
“A Sony está perdendo um tempo precioso no mercado global”, ele diz. “É difícil superar um líder como a Apple.”
Um ponto decisivo nesta batalha, é que a Apple não depente tanto quanto a Sony da venda de aparelhos, porque também vende serviços, como músicas e aplicativos, disse Katsura;
A Sony, que também vende as TVs Bravia e o PlayStation 3, está no vermelho pelo segundo ano fiscal consecutivo vermelho, e batalha para reverter seus resultados.
/ YURI KAGEYAMA(ASSOCIATED PRESS)